QUEM DÁ JEITO NESTA CASA?
Imagine uma família que vive há anos o único problema financeiro do mundo: gastar mais do que ganha. Com isto acontecendo todos os meses, eles são obrigados a recorrer ao banco para conseguir empréstimos que lhe permitam pagar suas contas. Estes empréstimos acabam comprometendo ainda mais a saúde financeira da família, pois além das despesas normais ela ainda tem que pagar as prestações e os juros. Isto se torna uma bola de neve, a família gasta cada vez mais do que ganha, o banco começa a desconfiar da capacidade deles honrarem com seus compromissos financeiros e por causa disso começa a cobrar juros cada vez mais altos para liberar os empréstimos, o que complica ainda mais a situação.
Por conta de toda esta confusão, a casa da família está caindo aos pedaços. Não sobra dinheiro para pintar as paredes, para consertar as goteiras e os vazamentos. Quando alguém fica doente a solução é apelar para a saúde pública, ficando sujeitos a horas de espera e atendimentos muito ruins. Os filhos precisam estudar em escola pública e não têm condições de melhorar sua formação fazendo um curso de inglês, por exemplo. Estranhamente, porém, o pai e a mãe não abrem mão de continuar gastando com coisas supérfluas. Jantares em restaurantes caros, idas ao cinema, roupas de marca e horas em salão de beleza são desfrutados todos os meses e eles nem consideram abrir mão destes privilégios. Pior ainda, o pai que é encarregado de cuidar das contas mente para esposa falando que a conta de luz é de 200 reais quando na verdade ela é de 150. Ele pega 50 reais e vai beber com os amigos no bar.
Que caos, não é mesmo? Pois é isto, senhoras e senhores, que está acontecendo com nosso Brasil e nos jogou nesta gravíssima crise econômica dos últimos anos.
Desde 2014, o governo brasileiro gasta mais do que ganha. Cada mês em que isto acontece obriga o país a procurar capital para se financiar, aumentando a chamada dívida pública. Quanto maior esta dívida, mais existe desconfiança de que o Brasil não vai conseguir honrar com seus compromissos, o que obriga o governo a oferecer juros altos para convencer os donos do capital a lhe financiarem. Estes juros altos refletem na vida das pessoas comuns, encarecendo as opções de crédito. Toda esta dívida diminui a capacidade do governo de investir em coisas essenciais para melhorar a vida da população como saúde, educação, saneamento básico e infraestrutura. Mas por mais que não consiga investir em melhorias para a população, o governo não abre mão de gastar com os privilégios que beneficiam a si mesmo. E isto vale para os poderes executivo, legislativo e judiciário: auxilio moradia, auxilio de viagem, inúmeros assessores, aposentadorias integrais, pensões vitalícias para os familiares entre outros absurdos. Para piorar, temos também o câncer da corrupção com toda espécie de superfaturamentos que sugam ainda mais o dinheiro público. Como não quer abrir mão dos privilégios e ainda desvia dinheiro ilegalmente, a saída para o governo é procurar arrecadar mais e o jeito de fazer isto é aumentar impostos, penalizando ainda mais a população.
O dia de hoje, portanto, deveria ser tratado por todos com muita atenção. É a única oportunidade que temos de renovar os dirigentes dos Brasil, colocando no poder gente que sabe quais são os problemas desta nossa casa e da necessidade de consertá-los. Infelizmente tudo indica que mais uma vez os vencedores desta eleição serão os políticos de carreira, aqueles que se aproveitam dos privilégios há muito tempo e não tem interesse genuíno em combatê-los, apenas promessas vazias. Alguns até tentam se vender como grandes agentes de mudança e o povo realmente comprou o discurso, mas basta pesquisar um pouco o histórico para ver que se trata de mais do mesmo.
Sinceramente espero que você vote nos candidatos que a sua consciência indicar como os mais corretos. Quero, porém, fazer um alerta: cuidado com quem promete que vai acabar com o teto de gastos. Isto é uma das poucas boas realizações dos últimos governos, que estabelece que os próximos dirigentes são proibidos de aumentar os gastos acima da inflação. É mentira que ele congela investimentos em saúde e educação, estes investimentos podem aumentar desde que outras despesas diminuam. Quem diz isto na verdade não está querendo abrir mão das velhas regalias e pode levar nosso país (a nossa casa) a um caos ainda maior.
Até a próxima!
