O que é a doença mão-pé-boca, comum em creches e pré-escolas

Primeiro, começa a febre. Depois, manchas vermelhas e bolhas começam a aparecer, normalmente nos pés, mãos e ao redor dos lábios da criança. Às vezes, também surgem aftas dentro da boca, que causam dor ao comer e beber. Os sintomas somem depois de uma semana, assim como surgiram, deixando nos pais uma preocupação: como evitar a doença mão-pé-boca (HFMD, na sigla em inglês)?

De origem viral, a doença ataca geralmente crianças de até cinco anos de idade, que têm o sistema imunológico ainda imaturo. Sua transmissão acontece pelo contato direto com outras crianças contaminadas com o vírus, bem como com suas fezes e saliva. Alimentos e objetos contaminados também podem transmitir o vírus.

O período de incubação da mão-pé-boca é de três a seis dias e, no começo, é fácil confundir com outras doenças.

Os primeiros sintomas, semelhantes a uma virose comum, são febre e dor de garganta, que podem ser acompanhados de mal-estar e perda de apetite. Dois ou três dias depois, começam a aparecer as manchas e bolhas na pele. No total, a doença dura entre uma semana e dez dias, e depois desaparece espontaneamente. Mas é preciso ficar atento: o vírus ainda pode ser transmitido pelas fezes do paciente por até quatro semanas depois da cura.

Não existe vacina contra a doença mão-pé-boca, já que ela é considerada benigna pela medicina, raramente ocasionando complicações.

A recomendação dos médicos é manter a criança doente em repouso em casa enquanto durarem os sintomas.

Como crianças pequenas tendem a colocar as mãos na boca e em seguida tocar brinquedos compartilhados com os coleguinhas, o vírus pode se espalhar pela classe inteira.

“É uma doença típica da infância”, diz o pediatra Renato Kfouri, presidente do departamento de imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria.

 

Como cuidar da criança durante a doença?

A mão-pé-boca não tem um tratamento específico. Apenas os sintomas são tratados, com analgésicos, antitérmicos e em alguns casos, anti-inflamatórios.

Como a criança pode sentir dor na boca e na garganta, ela pode não querer comer ou beber, mas é importante evitar que ela desidrate.

Um boa opção é dar alimentos pastosos não muito quentes nem condimentados, como purês e gelatina, e bebidas geladas.

 

Como prevenir?

Além de interromper o contato com crianças doentes, é importante manter a higiene do ambiente, da criança e da família.

Tanto o paciente quanto quem cuida dele deve lavar as mãos com água e sabão (ou na sua falta, passar álcool-gel) com frequência, especialmente depois do paciente ir ao banheiro.

Se a criança já tiver idade suficiente para lavar as mãos sozinha, assegure-se que ela faça isso frequentemente e mantenha o hábito após o fim da doença.

Em que época é mais comum?

A mão-pé-boca pode surgir o ano todo, mas os casos aumentam ligeiramente no início do outono, quando a temperatura cai e tendemos a ficar em ambientes mais fechados. É por isso que salas de aula de escolas e creches são ambientes perfeitos para a proliferação do vírus, que é transmitido via secreções e contato físico.

Outro detalhe importante é, que por ser causada por mais de um tipo de vírus (os mais comuns são o coxsackie e o enterovírus), pegar a mão-pé-boca uma vez não é garantia de imunidade para o resto da vida; como acontece com gripes, pode acontecer da criança ter a doença múltiplas vezes.

 

Como o médico identifica a doença?

O médico normalmente diagnostica a doença mão-pé-boca pelos sintomas, especialmente depois que as manchas vermelhas e bolhas aparecem no corpo.

Como o sintoma inicial muitas vezes é febre, é possível que de início ela seja confundida com outras viroses, e depois, com estomatites que também causam aftas na boca.

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