Verão é época propícia para desenvolver terçol

O verão é uma delícia e a maioria dos brasileiros concorda que é a estação que mais traz alegria e momentos de lazer. Mas, o verão também é responsável por uma série de doenças que se proliferam justamente pelas condições climáticas, como temperaturas mais elevadas e maior umidade. Uma delas é o hordéolo, mais conhecido como terçol.

Segundo a oftalmologista Dra. Tatiana Nahas, Chefe do Serviço de Plástica Ocular da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, o terçol é uma infecção bacteriana aguda que atinge as pálpebras. “É uma condição muito comum. Todo mundo, pelo menos uma vez na vida, vai ter um terçol. Além da bolinha vermelha nas pálpebras, o terçol causa dor, rubor e calor, sintomas típicos de uma infecção”.

“A bolinha na verdade é um abscesso que pode conter uma secreção purulenta devido à infecção, causada na maioria dos casos pela bactériaStaphylococcus aureus. Em geral, o tratamento é simples e envolve uso de antibiótico tópicos e compressas mornas. Muito raramente será preciso fazer uma drenagem do abscesso”, explica a oftalmologista.

Por que no verão?
Temos diversas bactérias em nosso corpo, que na medida certa, nos protegem de várias condições e cumprem funções em nosso metabolismo. Entretanto, em certas ocasiões, dependo das condições climáticas, essas bactérias podem se proliferar, resultando em condições como o terçol, por exemplo.

“Nas pálpebras estão localizadas as glândulas Zeis e de Meibomio. A Zeis secreta uma substância oleosa com propriedades antissépticas que ajuda a impedir o crescimento das bactérias. Já a glândula de Meibônio produz outras substâncias essenciais para a defesa imunológica dos olhos contra bactérias. As altas temperaturas e a umidade podem fazer com que essas glândulas não funcionem adequadamente. Com isso, a defesa dos olhos cai, abrindo as portas para micro-organismos, como o Staphylococcus aureus.  E assim surge o terçol”, explica Dra. Tatiana.

Mas, além do verão, há outros fatores de risco. Pessoas com blefarite, dermatite seborreica, rosácea, diabetes e com colesterol aumentado têm um risco maior de desenvolver um terçol.

Como chega, vai embora
O diagnóstico do terçol é clínico. Raramente será preciso fazer outros exames, mas pode ser necessário quando há suspeita de que a infecção se espalhou, o que pode levar a um quadro de celulite ocular, condição que requer tratamento imediato.

“O terçol, na maioria dos casos, se resolve sozinho e desaparece dentro de duas semanas. Pode ser preciso uso de antibiótico tópico e é recomendado fazer compressas com água morna”, diz a médica.

Nos pacientes com blefarite, rosácea e outras doenças que aumentam o risco de desenvolver um terçol, a dica é realizar regularmente a higiene das pálpebras

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