Meninas são as principais vítimas de violência infantil

Colaboração Blog Maria Vai e Faz

 

Meninas são as principais vítimas de violência infantil atendidas no Hospital Pequeno Príncipe, de Curitiba. É o que aponta um levantamento recente da instituição. Os dados foram divulgados durante a Campanha de Enfrentamento à Violência Infantil, cujo mote, neste ano, é “Não fique em silêncio diante deste problema. Junte-se a nós, denuncie e amplie essa rede de proteção”.

Só em 2017, chegaram para atendimento no Pequeno Príncipe 607 crianças e adolescentes por suspeita de violência. A maioria delas, 317, estava relacionada a abuso sexual.

De acordo com o hospital, a própria casa da criança é apontada como o local em que mais acontecem estes abusos, maus-tratos e negligências: 244. E em 72% das vezes a violência é praticada por alguém da própria família.

Deste total de casos, 66,4% eram meninas e 30% das crianças tinham até dois anos de idade. Sobre os tipos de violência, 52,2% dos casos eram de agressão sexual; 28,3%, negligência; e 13,3%, física. Em 28,8% dos casos, não era a primeira vez que o paciente sofria violência e 142 crianças precisaram de internamento hospitalar.

“Muitas vezes quem vitimiza é quem deveria cuidar dessas crianças. São pessoas conhecidas dela e da família. Por isso todas as pessoas, como professores, cuidadores, vizinhos, por exemplo, são responsáveis por zelar e denunciar qualquer suspeita”, ressalta a psicóloga responsável pelos atendimentos no Hospital Pequeno Príncipe, Daniela Prestes.

Como diversas das crianças não sabem se comunicar verbalmente pela pouca idade, é de extrema importância que as pessoas próximas percebam mudanças de comportamento, marcas pelo corpo ou indícios de que ela está sofrendo algum tipo de agressão. “Muita gente acha que os pais são ‘donos’ da criança. Mas isso não é verdade. É responsabilidade de toda sociedade proteger estas crianças e adolescentes”, completa a psicóloga.

Atuação conjunta

O Pequeno Príncipe mantém a capacitação e atualização dos profissionais que atuam no atendimento a crianças e adolescentes vítimas de violência. Há 12 anos, o hospital também segue com a campanha Para Toda a Vida – violência não pode marcar o futuro das crianças e adolescentes. A iniciativa busca reforçar a ideia de que o cuidado e a proteção das crianças e adolescentes são de responsabilidade de toda a sociedade. Uma atuação conjunta é possível transformar a vida de cada um deles.

Denúncia

Denúncias de violência infantil podem ser feitas pelo telefone 156, da Prefeitura de Curitiba, pelo 181, do governo do Paraná ou, ainda, pelo Disque 100, junto ao governo federal.

Segundo o Disque 100, somente no Paraná, em 2017, foram feitas mais de 1,7 mil denúncias de violência sexual, física e psicológica, entre outras.

(Imagem: Pixabay)

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