Quarentena pode ter agravado sarcopenia em idosos, alerta estudo
A quarentena decretada há praticamente 10 meses foi imprescindível para controlar a disseminação do Covid-19. Entretanto, ficar em casa todo esse tempo acarretou outros problemas de saúde, principalmente para os idosos. Aqueles que tinham o costume de fazer uma caminhada pelo bairro, passear com o cachorro, ir ao mercado ou até mesmo praticar um esporte, precisaram evitar ao máximo às ruas.
Como resultado, segundo um estudo publicado no periódico Nutrients, o confinamento agravou as condições metabólicas, bem como acelerou a progressão da sarcopenia na população acima dos 60 anos.
Segundo Walkíria Brunetti, fisioterapeuta especialista em Pilates a sarcopenia é uma síndrome caracterizada pela perda progressiva e generalizada de massa e força muscular esquelética com risco de resultados adversos, como deficiência física, baixa qualidade de vida e morte. Portanto, é muito mais do que uma simples perda de massa muscular.
A prevalência da sarcopenia varia substancialmente. Embora na maioria dos estudos a taxa é de 16% a 24%, um estudo recente, de 2020, apontou que quase metade dos idosos apresentam a condição.
“A sarcopenia é uma condição preocupante por vários motivos, sendo um deles um risco aumentado para quedas, uma das principais causas de internações hospitalares e óbitos em idosos. Além disso, também é responsável pela lombalgia que pode ser uma doença incapacitante, com consequente perda da autonomia na terceira idade”, comenta Walkíria.
E por falar na terceira idade, essa preocupação é ainda maior quando pensamos na projeção demográfica que prevê que em 2043, mais de um quarto da população terá 60 anos ou mais. Hoje, temos por volta de 28 milhões de idosos no Brasil.
Boa notícia
A boa notícia é que um estudo publicado no Spine Surgery and Related Research mostrou que um programa intensivo de fisioterapia, seguido de exercícios feitos em casa, melhora a progressão da sarcopenia. As sessões também atuam na redução da dor lombar e da incapacidade. Como consequência, o programa terapêutico impacta na melhoria da qualidade de vida e no estado mental dos idosos.
A pandemia não acabou. Portanto, os idosos ainda devem seguir as recomendações de distanciamento social. Por outro lado, caminhadas ao ar livre e exercícios dentro de casa podem ser feitos, orientados por um fisioterapeuta.
“A sarcopenia exige um planejamento fisioterápico que envolve o fortalecimento muscular e a flexibilidade para aumentar a amplitude dos movimentos. É preciso ainda estabilizar ou corrigir a postura e trabalhar a estimulação do sistema proprioceptivo. Esse sistema permite a percepção do corpo e dos membros no espaço e às sensações dos músculos e funções de movimento”, explica Walkíria.
O Pilates Studio, por exemplo, é um método que atua em todas essas necessidades. Outra vantagem é que há clínicas em que é possível fazer a atividade individualmente, reduzindo o risco de contágio, desde que o local siga todas as normas de funcionamento recomendadas nesse período da pandemia.