QUEM APLICA NA POUPANÇA JÁ ESTÁ PERDENDO DINHEIRO

Os mais velhos com certeza se lembram que em 1990 o recém empossado presidente Fernando Collor decretou um plano econômico que previa o confisco do dinheiro aplicado na poupança pelos brasileiros. A iniciativa foi um tremendo fracasso: além de não conseguir cumprir o objetivo de deter a enorme inflação da época, muitas pessoas repentinamente perderam todas as suas economias, o que provocou falências e desespero a ponto de causar suicídios (incluindo aí o suicídio político do próprio presidente, que sofreria um impeachment pouco tempo depois). As marcas deixadas pelo Plano Collor foram tão profundas que até hoje existe um medo muito presente nas pessoas que viveram aqueles tempos de que algum governo possa repetir semelhante loucura (vira e mexe me deparo com fake news anunciando um novo confisco). Não foram poucas as vezes em que ouvi gente falando que não colocava dinheiro na poupança por conta deste temor.

Os mais velhos com certeza se lembram que em 1990 o recém empossado presidente Fernando Collor decretou um plano econômico que previa o confisco do dinheiro aplicado na poupança pelos brasileiros. A iniciativa foi um tremendo fracasso: além de não conseguir cumprir o objetivo de deter a enorme inflação da época, muitas pessoas repentinamente perderam todas as suas economias, o que provocou falências e desespero a ponto de causar suicídios (incluindo aí o suicídio político do próprio presidente, que sofreria um impeachment pouco tempo depois). As marcas deixadas pelo Plano Collor foram tão profundas que até hoje existe um medo muito presente nas pessoas que viveram aqueles tempos de que algum governo possa repetir semelhante loucura (vira e mexe me deparo com fake news anunciando um novo confisco). Não foram poucas as vezes em que ouvi gente falando que não colocava dinheiro na poupança por conta deste temor.

Mas felizmente hoje vivemos outra realidade. A economia brasileira ficou muito mais estável após a implantação do Plano Real e a possibilidade de acontecer uma interferência do tipo na poupança é nula. Nem por isto deixa de ser possível, entretanto, perder o dinheiro aplicado nela. Na verdade, desde a semana passada quem tem economias na poupança já está perdendo dinheiro!

No dia 30 de outubro o Banco Central reduziu a Taxa Selic para 5% ao ano (já falamos nesta coluna sobre o que é a Taxa Selic (https://www.ocomuniqueiro.com.br/2019/08/04/por-que-a-taxa-selic-e-importante/). Desde 03 de maio de 2012 foi determinado que o rendimento da caderneta de poupança seja de 70% da Taxa Selic mais uma TR (Taxa Referencial) que atualmente está zerada. Isto significa que o rendimento da poupança com a Selic a 5%  é de 0,29% ao mês.

O próprio Banco Central divulgou para este mês de novembro uma projeção de inflação de 0,34% (índice IPCA). Isto significa que além do rendimento da poupança não conseguir repor a inflação ele ainda vai ficar abaixo dela, ou seja, este dinheiro vai desvalorizar! Por exemplo, quem aplicou 100 reais no início do mês terá no final de novembro R$ 100,29. Mas se a inflação cumprir as expectativas do Banco Central, será preciso R$ 100,34 para comprar o que no início do mês se comprava com 100 reais! (Vale ressaltar que isto vale apenas para aplicações realizadas após 03 de maio de 2012. Valores que foram aplicados antes desta data seguem a antiga regra de rentabilidade que proporciona retornos maiores).

E esta perda deve ficar ainda maior no futuro: em termos anuais, a rentabilidade da poupança está em torno de 3,50% ao ano. A projeção de inflação do Banco Central para 2020 é de 3,60%. Mas a perspectiva geral é de que a Taxa Selic vai sofrer novas reduções nos próximos meses e isto diminuirá ainda mais esta rentabilidade. Se a Selic for para 4,5% ao ano, o rendimento anual da poupança será de 3,15%! Por isto, se o único investimento que você realiza é a caderneta de poupança, está mais do que na hora de avaliar migrar para o Tesouro Direto (o Tesouro IPCA protege o dinheiro da desvalorização pela inflação e tem segurança e liquidez semelhantes às da poupança) ou até procurar diversificar investindo em Ações (lembrando que este tipo de investimento apresenta maiores riscos e necessita da consolidação de uma reserva de emergência em aplicações mais seguras para evitar uma perda drástica).

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