O que o mercado de trabalho exige: qualifique suas atitudes!
Esta semana foram divulgados dados do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) relatando a criação de 121.387 empregos com carteira assinada no último mês de agosto. No acumulado de janeiro a agosto de 2019, o saldo acumulado da criação de vagas em carteira assinada foi de 593.467 empregos. Percebe-se que há um movimento de recuperação do mercado de trabalho após anos desastrosos de recessão econômica, que teve como resultado tristes demissões em massa. Logicamente, esta recuperação ainda é muito tímida tendo em vista que o Brasil conta ainda com o enorme número de quase 13 milhões de desempregados como registram as últimas pesquisas divulgadas pelo IBGE, mas não deixa de ser um alento constatar que a tendência de aumento do desemprego começa a se reverter
Historicamente, em qualquer país que passou por uma grave crise econômica, o emprego é a última coisa que consegue se recuperar, pois é necessário primeiro aumentar o consumo, o faturamento das empresas e a produção delas para que seja possível retomar as contratações. O momento atual, entretanto, apresenta enormes desafios com relação ao mercado de trabalho que não passam somente pela situação econômica, mas que envolvem também as novas competências exigidas pelo mercado de trabalho. As pessoas cada vez mais precisarão se adaptar a elas para conseguirem boas colocações.
A popularização da internet rápida que aconteceu a partir do início do século XXI provocou uma disseminação da oferta de informação. Embora exista a necessidade de se filtrar muito do conteúdo que é acessado pela rede, o acesso ao conhecimento nunca foi tão democrático e facilitado. Ao mesmo tempo, fazer um curso técnico ou uma faculdade (mesmo que a distância) hoje é muito mais acessível do que no passado.
O ponto em que eu quero chegar é que hoje em dia conhecimento técnico já não é um grande diferencial para as empresas: diante do panorama atual, dominar tecnicamente a área de atuação profissional escolhida é um pré-requisito e você potencialmente vai concorrer com pessoas que tenham ao menos o seu mesmo nível de conhecimento. O que os empregadores estão priorizando nestes tempos são as atitudes ou a inteligência emocional dos candidatos.
Ao longo de minha vida profissional já me deparei com várias pessoas que dominavam fantasticamente as suas funções, mas tiveram uma carreira muito abaixo do que poderiam por problemas que nada tinham a ver com a competência técnica: incapacidade de trabalhar em equipe, individualismo no sentido de cumprir com suas tarefas sem se preocupar com o restante da empresa, desinteresse em propor soluções, assumir responsabilidades ou mesmo timidez em ressaltar e divulgar os resultados trazidos pelo profissional a empresa (há quem exagere neste quesito e supervalorize seus resultados, o que também prejudica a imagem).
Em resumo, estas pessoas não assumem atitudes tidas hoje como indispensáveis para que qualquer profissional inspire confiança e passe a ser requisitado como alguém que tenha potencial de trazer resultados a organização, conseguindo melhores cargos, melhores salários e, caso a pessoa queira partir para o empreendedorismo e ter um negócio próprio, estas atitudes serão ainda mais fundamentais para se alcançar o sucesso.
Portanto, com a perspectiva de recuperação do mercado de trabalho, você deverá ouvir muito a respeito da necessidade de qualificação. Mas esta qualificação não tem que ser pensada somente no sentido de “saber mais” ou “fazer melhor”. É necessário dar ênfase também na qualificação em “ser melhor” ou “agir diferente”. Fazendo isto você aumentará muito suas chances de ser um profissional requisitado e preparado para o mundo de hoje.