COMO FUNCIONA O CADASTRO POSITIVO?

Na segunda-feira dia 9 de julho entrou em vigor a lei que prevê a inclusão automática de todos os consumidores brasileiros no cadastro positivo. Até então só era possível a inclusão automática no cadastro administrado por órgãos de proteção ao crédito, como SPC e SERASA, em que as pessoas são colocadas quando não cumprem com o pagamento das suas dívidas, classificando-as como más pagadoras. Daí surgiu, por exemplo, a expressão “estar com o nome sujo no SERASA”: quando as empresas que prestam serviços ou vendem produtos aos consumidores não conseguem receber os valores combinados elas encaminham a estes órgãos de proteção ao crédito os nomes dos inadimplentes, e este cadastro serve para outras empresas que concedem crédito aos consumidores ou para os bancos que fazem operações de empréstimo avaliarem o risco de não receber dos clientes. Se uma pessoa tiver sido incluída neste cadastro ela dificilmente conseguirá crédito. Portanto, ele é um cadastro negativo.

O cadastro positivo funciona da mesma maneira, mas a sua lógica e inversa: o seu objetivo é destacar as pessoas que cumprem com o pagamento das suas dívidas, ou seja são boas pagadoras. Quanto mais correto for o consumidor no pagamento de suas contas e parcelas, ele irá recebendo um número de pontos que resultará em seu score (“pontuação” em inglês). Quanto maior o score da pessoa, mais ficará evidente que ela honra com os seus compromissos e que, portanto, é menos arriscado conceder crédito a ela. Este cadastro já está em vigor desde 2013, mas até agora as pessoas só eram incluídas nele se autorizassem a abertura do seu cadastro através de uma solicitação aos órgãos como SERASA e SPC, o que fez a adesão ser muito baixa.

E será que o cadastro positivo é algo realmente…positivo? A resposta é sim! Hoje, quando os bancos concedem empréstimos ou as empresas vendem com parcelamento, o risco de crédito dos consumidores é analisado com base nas informações gerais do mercado. Isto faz com que mesmo alguém que paga suas obrigações em dia tenha que arcar com juros mais altos na hora em que precisa de crédito, porque o risco oferecido pelos maus pagadores de não quitarem as suas dívidas acaba sendo levado em conta na determinação da taxa de juros a ser cobrada, encarecendo a operação. No final das contas, os bons pagadores acabam pagando pelos inadimplentes.

Com a possibilidade dada aos consumidores de evidenciarem seus históricos de bons pagadores através do cadastro positivo, os bancos e as empresas poderão oferecer condições melhores e personalizadas para a liberação de crédito – afinal, não faz sentido dificultar um empréstimo e cobrar uma taxa de juros mais alta de alguém com um score muito alto, pois tudo indica que ela manterá os pagamentos em dia. As informações do cadastro podem ser usadas somente para a realização da análise de crédito do consumidor, não podendo ser direcionadas para outras finalidades que o coloquem em risco pela disponibilidade destas informações.

O score (ou pontuação) do cadastro positivo vai de 0 a 1.000 e os órgãos de proteção ao crédito de acordo com esta nota classificam as pessoas da seguinte maneira:

  • De 0 a 300: risco de calote alto
  • De 301 a 700: risco de calote médio
  • De 701 a 1.000: risco de calote baixo

Logicamente, quanto mais próximo o score estiver de 1.000, menor é o risco de calote por parte da pessoa. Para saber qual é a sua pontuação no cadastro positivo basta apenas acessar o site do SERASA ou do SPC e fazer um cadastro informando seu CPF. É muito fácil e rápido:

Quem não está em dia com as suas dívidas já tem o seu nome constando no SERASA ou no SPC como tendo alto risco de calote, dificultando a obtenção de crédito. O que passa a existir agora é uma ferramenta que pode beneficiar aqueles que cumprem com suas obrigações. Portanto não tenha medo do cadastro positivo!

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