Estudo mostra que materialismo está ligado a queda da satisfação conjugal
O que é mais importante: ser ou ter? Bem, se você quer ser feliz no seu casamento, é melhor você rever o seu conceito sobre o materialismo e ficar com o “ser”. Isso porque um estudo publicado recentemente, no Journal of Family and Economic Issues, mostrou que o materialismo em excesso leva à desvalorização e à infelicidade no casamento.
A pesquisa foi conduzida com 1.310 pessoas casadas, que responderam a um questionário para medir o materialismo, a percepção da importância do casamento e a satisfação conjugal. O que se descobriu foi que níveis mais elevados de materialismo estão ligados a uma percepção mais pobre sobre a importância do casamento e a uma menor satisfação conjugal.
Segundo a psicóloga Marina Simas de Lima, terapeuta de casal, família e cofundadora do Instituto do Casal, uma das explicações é que o materialismo está ligado a dar prioridade para o trabalho em detrimento do relacionamento. “E isso está diretamente ligado a falta de tempo para a vida a dois, como também pode piorar a comunicação, a negociação de conflitos e a intimidade. Afinal, o casamento também precisa de dedicação para dar certo e deve ser uma prioridade na agenda do casal”.
Visão pobre sobre o casamento
A pesquisa deixou claro também que as pessoas com alto nível de materialismo tendem a contrair mais dívidas. E sabemos que problemas financeiros são uma das principais causas de brigas entre os casais. Entretanto, a pesquisa deixou claro que não são apenas as contas no vermelho que levam a uma maior tensão na vida a dois.
Para a psicóloga Denise Miranda de Figueiredo, terapeuta de casal, família e cofundadora do Instituto do Casal, quem relaciona a felicidade ao dinheiro dificilmente irá associá-la aos relacionamentos. “Quem é mais materialista acaba dedicando mais tempo para ganhar dinheiro, e pode acabar investindo menos tempo e energia para melhorar o relacionamento”.
E se você quer mais uma prova de que dinheiro não traz felicidade, saiba que de acordo com o psicólogo Ed Diener, que passou os últimos 30 anos estudando a felicidade, quanto mais a pessoa se liga a valores e bens materiais, à aparência física e ao status, menor será seu índice de felicidade.
Tudo é uma questão de bom senso
Mas, não se pode negar que o dinheiro é algo necessário para sobreviver. Entretanto, se a busca por dinheiro está se tornando uma prioridade e desequilibrando os outros aspectos da vida a dois, é preciso parar e avaliar.
“O casamento precisa de investimento. Com sempre dizemos, a vida a dois é muito mais malhação do que inspiração. Investir no casamento significa se dedicar, priorizar o casal, o diálogo, o tempo que passam juntos. O casamento é o espaço para dar o melhor de si e não o que restou no final do dia”, comentam as terapeutas.
“O casal deve ter claro um plano para viver de forma confortável e conquistar seus bens materiais juntos. Porém, deve se lembrar também que para ter qualidade de vida e satisfação na vida a dois é preciso se conectar e fortalecer os vínculos emocionais, dando valor ao que realmente pode trazer felicidade e aumentar a satisfação com o relacionamento, como apoio, parceria, companheirismo, amizade e amor”, concluem Marina e Denise.