Falsa enfermeira denuncia suposto esquema de fura-filas em Apucarana
O Ministério Público do Paraná e a Polícia Civil cumpriram nesta quinta-feira, 20 de maio, em Apucarana mandados de busca e apreensão no âmbito de apuração sobre a conduta da falsa enfermeira que teria desviado vacinas contra a Covid-19. As ordens judiciais foram cumpridas em diversos endereços, sendo um deles na Autarquia Municipal de Saúde.
O caso vem sendo investigado pelo MPPR, por meio da 2ª Promotoria de Justiça da Comarca, após informações de que a falsa profissional de saúde teria oferecido doses de vacina a pessoas não contempladas nos grupos prioritários, por meio do aplicativo WhatsApp – ela trabalhava como voluntária na vacinação contra o coronavirus no município.
Na tarde de ontem, a falsa enfermeira Silvânia Regina Ribeiro Del Conte prestou depoimento aos Deputados Estaduais que integram a comissão que apura casos de fura-fila da vacina. Durante depoimento, Silvânia relatou que presenciou a vacinação de uma educadora física de Apucarana, depois, em outro dia, chegou a proprietária de uma academia de Arapongas que levou as funcionárias para vacinar, porém, não permitiram a imunização.
Silvania ainda disse que presenciou o servidor afastado do cargo de coordenador da Epidemiologia municipal falando com a educadora física por telefone dizendo que havia vacinado ela, pois era de Apucarana. A falsa enfermeira ainda disse que atendia ordens do coordenador, que teria autorizado pessoas a furarem fila. Uma mulher teria entrado pelos fundos do ‘Lagoão’ e Silvânia afirmou que vacinou a primeira dose na moça
No cumprimento dos mandados desta quinta-feira (20) foram apreendidos diversos documentos, carteiras de vacinação e equipamentos eletrônicos, dentre outros, que agora serão analisados pelas autoridades responsáveis pela investigação. O MPPR busca esclarecer, entre outros pontos, o possível envolvimento de servidores públicos na subtração das doses. Será apurada também a eventual responsabilização de pessoas que possam ter sido beneficiadas com a aplicação da vacina pela suposta profissional de saúde.
No último sábado, 15 de maio, a mulher foi presa em flagrante, suspeita de crime de peculato, podendo responder também pelos crimes de falsidade ideológica e infração de medida sanitária. A falsa enfermeira segue presa preventivamente, por força de decisão proferida pelo Juízo da 1ª Vara Criminal da comarca. (Fonte: MP e Alep)