Preço dos ovos aumenta em todos os níveis do mercado paranaense
O preço dos ovos apresentou expressiva alta em todos os níveis do mercado paranaense em fevereiro: produtor, atacado e varejo. A análise sobre os fatores que contribuíram para que isso ocorresse é um dos assuntos do Boletim de Conjuntura Agropecuária, elaborado pelo Departamento de Economia Rural, da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, referente à semana de 27 de fevereiro a 05 de março.
Em relação ao preço pago ao avicultor, o aumento foi de 6,6%, em comparação com janeiro de 2021. No mês passado, a caixa do tipo grande, com 30 dúzias, foi vendida, em média, a R$ 117,67. No atacado, o reajuste verificado chegou a 18,8% e a mesma caixa teve preço de R$ 120,41. Já no varejo paranaense, a dúzia atingiu o valor de R$ 6,01, alta de 7,3% em relação a janeiro.
A escalada pode ser justificada por alguns fatores que se complementam. Por ser um produto de bom custo/benefício em relação a outras proteínas de origem animal, o ovo foi muito procurado. Assim, houve redução na oferta que, normalmente, resulta em alta de preço.
Além disso, o custo de produção de ovos teve grande elevação desde o ano passado, com repasse de parte das despesas para o valor do produto final. A alimentação das aves foi um dos custos que mais pesaram, particularmente o milho e o farelo de soja. Com o dólar em alta, as exportações se tornaram altamente atrativas e a escassez interna levou ao aumento do preço.
Como comparativo, em fevereiro de 2020, um avicultor precisava de 7,9 caixas de 30 dúzias de ovos para adquirir uma tonelada de milho. Em fevereiro deste ano, para ter a mesma quantidade do cereal, ele precisa investir 11,4 caixas de ovos, ou seja, um aumento de 44,3%. No farelo de soja, a relação é ainda mais forte. De 15,2 caixas necessárias para uma tonelada do produto em 2020, agora é preciso 26,8 caixas, aumento de 76,3%.
MANDIOCA E FEIJÃO – O boletim retrata, ainda, que fevereiro foi benéfico para os produtores de mandioca. O clima mais seco possibilitou os trabalhos de campo e a colheita teve início. A oferta do produto nas indústrias já começa a refletir em gradativa queda nos preços tanto ao produtor quanto nos demais segmentos de comercialização.
O Paraná é o Estado que tem fornecido, até agora, a maior quantidade de feijão tipo cores para o País. É seguido por São Paulo, Minas Gerais e Goiás. A primeira safra está colhida e cerca de 70%, comercializada. Já a segunda safra está com a semeadura avançando, favorecida pela melhora no balanço hídrico.
MILHO E SOJA – Em relação ao milho, o documento preparado pelos técnicos do Deral aponta um avanço consistente no plantio da segunda safra, ainda que bastante abaixo do ideal para o período. Da primeira safra, a colheita também se intensificou e deve atingir 50% na próxima semana.
Com melhores condições climáticas, os sojicultores paranaenses reforçaram a colheita e já tiraram do campo pelo menos 23% da produção do ciclo 2020/21. O volume ainda é bem inferior à média colhida nas últimas três safras, neste mesmo período, que era de 40%.
OUTROS PRODUTOS – O boletim faz análise sobre a demanda mundial por trigo, que, somente em fevereiro, exigiu 10 milhões de toneladas a mais que no mesmo mês do ano passado, sobretudo pelo maior uso do produto como ração na China. Com isso, os preços aumentaram entre 10% e 40% nas cotações em dólar.
No documento, ainda há informações sobre a cultura da batata, que está com 100% da primeira safra colhida e com 83% da segunda já plantada. Sobre a ovinocultura e a caprinocultura, a análise é feita em relação aos números de exportação e importação e sobre os preços praticados no varejo paranaense.