Propriedade rural do Norte do Paraná inova na forma de produção

Quanto custa ser dono de uma gurucaia? Um pau d’alho, um ipê amarelo ou outra variedade a escolher? Na Fazenda Gaviãzinho, localizada no município de Londrina/PR, isso é possível a partir de R$ 5 por mês. Pensamento global, atitude local! Com esse foco, o produtor rural Paulo Acquarole decidiu inovar totalmente a forma de produção agrícola da fazenda, que está com sua família desde 1972 e já passou por diversos ciclos agrícolas, como café, algodão, leite, gado de corte, milho e soja.

“O mundo quis que produzíssemos café, eu produzi café; o mundo quis que produzíssemos carne, eu produzi carne; o mundo quis soja, eu produzi soja; e agora o mundo quer ar puro, água cristalina e um futuro mais sustentável e eu posso produzir isso também, desde que seja remunerado como as demais culturas que sempre produzi aqui na minha fazenda”, comenta Acquarole.

Pai e filho investem em sustentabilidade em negócio agrário familiar.

O projeto da Gaviãzinho Farm, novo nome global da propriedade, é um projeto simples, enxuto e que, se tiver o engajamento que ele espera, poderá ser escalado de forma rápida, simples e de baixo custo por inúmeros pequenos e médios produtores rurais de todo Brasil.

“Não adianta eu fazer um projeto sustentável apenas aqui na minha fazenda. Eu sou pequeno e é claro que quero expandir e crescer meu projeto para outras áreas, mas a minha ideia principal é que outros produtores vejam no meu exemplo que pode dar certo, de restaurarmos a mata nativa original de nossas propriedades e sermos remunerados por isso, continuarmos vivendo da terra, que é o que amamos fazer e o que sabemos fazer”, complementa Acquarole.

Seu filho, o engenheiro agrônomo Guilherme Acquarole, auxilia na gestão, divulgação e formatação do projeto. “É muito simples. Nós somos produtores rurais e dependemos da fazenda para viver, para o sustento de nossas famílias, mas também temos total consciência que para um futuro sustentável, em algumas áreas a produção agrícola precisa mudar e nós não vamos ficar de braços cruzados, apenas cobrando e esperando que governos ou grandes corporações façam essa mudança. A mudança depende de cada um de nós”, assinala.

COMO FUNCIONA
Os Acquarole construíram uma plataforma digital onde qualquer pessoa física ou até mesmo pequenas empresas preocupadas com o futuro do planeta podem acessar e adotar 1, 2, 3 ou 10 árvores por um período mínimo de um ano, com uma contrapartida de R$ 5,00 por mês.

“Nós, da Gaviãzinho Farm, iremos cuidar dessa muda ou árvore, ela terá a sua placa, você receberá um certificado digital, poderá vir visitá-la, fazer fotos ou nós mesmos enviaremos as fotos e, no final do período de um ano, você pode renovar esse contrato de adoção. Caso não renove, a árvore ficará disponível para que outro adotante/mantenedor de qualquer lugar do mundo possa adotar”, acrescenta Guilherme Acquarole.

Dessa forma, frisa ele, não se trata de um projeto de reflorestamento ou crédito de carbono, no qual lá na frente, após 10 ou 15 anos, essa mata seria cortada e substituída por outra. “É um projeto de restauração total da mata nativa, onde futuramente restauraremos toda a biodiversidade original, reestabelecendo também a fauna, minas e nascentes originais da Mata Atlântica”, garante Guilherme Acquarole.

O projeto da Gaviãzinho Farm foi iniciado há 12 meses, com a inauguração da plataforma virtual de acesso às informações da fazenda www.gaviaozinhofarm.com e com o Instagram @gaviaozinhofarm, onde os interessados podem ter acessos aos vídeos, à história da propriedade, da família, às mudas/árvores disponíveis para adoção, conhecer um pouco mais sobre o Bioma da Mata Atlântica e sobre nossas emissões diárias de CO2.

Após toda a estruturação nestes primeiros 12 meses, o projeto já conta com adotantes/mantenedores do Brasil, Estados Unidos, Holanda e Portugal.
“É a realização de um sonho. Hoje, pensando no futuro das minhas netas, me manter como produtor rural, de viver da terra, fazendo o que eu amo, o que eu gosto, e ainda contribuir com o futuro do planeta”, finaliza Paulo Acquarole.

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