15,3% dos paranaenses endividados não conseguem pagar suas contas
Por causa da pandemia, aumentou o número de paranaenses que não conseguem pagar suas dívidas. Apesar do volume de endividados estar praticamente estável no Paraná, com 90,0% em julho, a redução na renda das famílias está dificultando as condições de pagamento.
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), mostra que a parcela de pessoas com contas em atraso subiu de 29,9% em junho para 30,4% neste mês.
Mas o que preocupa é o volume de famílias que reconhecem não ter condições de pagar suas contas: dentre o universo geral de endividados, a parcela de famílias sem meios de efetuar os pagamentos chegou a 15,3% em julho. Esse índice teve alta de 44,0% quando comparado ao mesmo mês de 2019, quando 10,6% dos endividados do Estado não tinham condições de pagar seus débitos.
Após um período de queda, o número de famílias que não terão condições de pagar as contas em atraso aumentou pelo terceiro mês consecutivo, sobretudo entre as que ganham mais de dez salários mínimos, que nunca tiveram tantas dificuldades para honrar seus compromissos financeiros como agora. Nestas, 95,2% possuem algum tipo de dívida e 15,6% admitem não ter condições de pagar, chegando ao maior índice de toda a série histórica. No mês passado, esse percentual era de 14,5% e já tinha tido elevação considerável com a média dos 13 meses (fevereiro/2019 a fevereiro/2020) anteriores à pandemia, que era de 5,0%.
Já entre as famílias que ganham menos de dez salários mínimos, o percentual de endividamento neste mês é de 88,8%, sendo que 14,9% dizem que não terão condições de pagar as contas em atraso. Também houve aumento na inadimplência nas classes C, D e E nos últimos meses, mas em proporção inferior à registrada entre as classes A e B.
Tipo de dívida
O cartão de crédito é o principal tipo de dívidas dos paranaenses, com 69,9%. Na sequência estão o financiamento imobiliário, com 9,9% e o financiamento de veículo, com 9,8%, além dos carnês (4,2%), crédito consignado (2,4%) e crédito pessoal (2,4%).