Estado distribuiu 1,6 milhão de mudas nativas no ano passado
O Instituto Água e Terra, vinculado à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, distribui gratuitamente mudas de mais de 100 espécies nativas para todo o Estado. Entre elas estão araucária, jabuticaba, canela, peroba, imbuia e erva-mate, que formam parte da vegetação existente no Paraná. Apenas no ano passado foram cerca de 1,6 milhão de unidades.
As mudas podem ser solicitadas por produtores rurais, por prefeituras, para arborização urbana, e a população em geral. Uma das principias preocupações do instituto é garantir o reflorestamento. No caso dos agricultores, é uma forma de assegurar que possam fazer o plantio, conforme determina a legislação.
A ação é feita através dos 19 viveiros distribuídos nos municípios de São José dos Pinhais, Engenheiro Beltrão, Salgado Filho, Cascavel, Cornélio Procópio, Guarapuava, Fernandes Pinheiro, Ivaiporã, Jacarezinho, Morretes, Ibiporã, Mandaguari, Pato Branco, Imbaú, Pitanga, Paranavaí, Toledo, Umuarama e Paulo Frontin.
O instituto também mantém dois laboratórios de sementes em São José dos Pinhais (Região Metropolitana de Curitiba) e em Engenheiro Beltrão (Centro-Oeste). Neles, as sementes são beneficiadas para serem distribuídas aos viveiros.
Em 2019, a mais distribuída foi a Angico Gurucaia – árvore para áreas com grande espaço e que tolera o clima frio. Apenas no Dia da Árvore, celebrado em 21 de setembro, foram entregues 500 mil mudas de diversas espécies.
De acordo com o secretário do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Márcio Nunes, o Paraná é um dos estados que mais cuida do meio ambiente. “Este é um trabalho muito importante para fazer o plantio nas beiras dos rios e nascentes, e na recuperação de áreas degradadas”, destacou.
DISTRIBUIÇÃO – Existem três formas de distribuição das mudas pelo Instituto Água e Terra: por demanda espontânea, quando as pessoas entram no site e preenchem o formulário; para recuperação de áreas ou urbanização dos municípios; e com a ofertada em datas comemorativas, como no Dia da Árvore.
As mudas nativas dos viveiros do instituto também foram destinadas a 3.580 agricultores no ano passado. Roberto dos Santos, de 80 anos, é produtor há 40 anos em uma propriedade rural de Francisco Beltrão, no Sudoeste do Estado. Atualmente, nos 100 hectares de terra que possui, planta soja e já pegou mais de mil mudas do viveiro do Instituto Água e Terra.
“Plantar árvores, além de contribuir para o meio ambiente, deixa minha propriedade ainda mais linda, com árvores nativas do nosso Estado. Sou apaixonado pelas minhas terras e por isso plantei mais que a lei me obriga. É importante contribuir com a biodiversidade”, afirmou.
A propriedade de 18 alqueires de Valdir Pagnocelli, de 72 anos, fica nas margens do Rio Santana, entre os municípios de Verê e Itapejara do Oeste, também no Sudoeste do Estado. Ele herdou as terras há 43 anos e decidiu fazer delas um ponto de turismo ecológico. “Tentei plantar pinos e eucalipto, mas deu errado. Decidi, então, procurar por plantas nativas e, após comprar muitas mudas, me indicaram o viveiro do Instituto Água e Terra do Paraná”, afirmou.
Ao chegar ao viveiro, Valdir conta que ficou impressionado com a quantidade de espécies nativas disponíveis. “Muita variedade e é de graça”, afirmou. Somente do viveiro do instituto ele já retirou 1,5 mil mudas e já espera por uma nova remessa nos próximos dias.
O casal de agricultores Sirlei Aparecida de Almeida e Nelson Soares de Almeida produz hortaliças e erva-mate na propriedade de 53 hectares localizada na área rural de Pinhão, no Centro-Oeste. No ano passado eles receberam 11 mil mudas de árvores para reflorestamento e 3 mil de erva-mate para o sustento.
“A beira do rio dentro da nossa propriedade foi totalmente recuperada com as árvores nativas e até os pássaros voltaram para nossa área”, conta Sirlei. “Com nossa renda não daria para comprar essa quantidade de mudas e o instituto distribui de graça, o que permitiu reflorestar 100% da área”, disse.
BIODIVERSIDADE – O diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas do Instituto Água e Terra, Rafael Andreguetto, ressalta que os viveiros estão à disposição da população paranaense para a recuperação de áreas degradadas e alteradas do Paraná.
“O maior benefício de plantar uma muda nativa é a contribuição para a conservação da biodiversidade e a manutenção do clima. Além de manter a temperatura adequada, as plantas trazem os animais de volta para as áreas florestais”, disse.
As espécies são produzidas de acordo com as Regiões Bioclimáticas do Estado do Paraná, que podem ser consultadas no site http://www.iap.pr.gov.br.