Dezembro Laranja marca o mês de prevenção ao câncer de pele
O calendário da saúde continua colorido. Agora é a vez do Dezembro Laranja, que alerta e previne sobre o câncer de pele. Este é o tipo de câncer mais frequente no Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA) corresponde a cerca de 30% dos diagnósticos.
A doença é provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Essas células se dispõem formando camadas e, de acordo com as que forem afetadas, são definidos os diferentes tipos de câncer. Eles podem ser divididos em dois tipos: melanoma e não melanoma.
O câncer de pele não melanoma apresenta altos percentuais de cura se for detectado e tratado precocemente. Se não tratado adequadamente, pode deixar mutilações bastante expressivas. Mais comum em pessoas com mais de 40 anos, ocorre principalmente nas áreas do corpo mais expostas ao sol, como rosto, pescoço e orelhas, podendo destruir estas estruturas.
O câncer de pele é raro em crianças e negros, com exceção daqueles já portadores de doenças cutâneas, porém, com a constante exposição de jovens aos raios solares, a média de idade dos pacientes vem diminuindo. Os sintomas são: manchas na pele que coçam, ardem, descamam ou sangram e feridas que não cicatrizam em até quatro semanas. De acordo com o INCA, cerca de 165.580 pessoas por ano são acometidas com a doença, sendo 85.170 homens e 80.410 mulheres. No Paraná, a estimativa é de 13.090, sendo 7.530 homens e 5.560 mulheres.
O câncer de pele melanoma é mais comum em adultos brancos e pode aparecer em qualquer parte do corpo, na pele ou mucosas, na forma de manchas, pintas ou sinais. Nos indivíduos de pele negra, ele é mais comum nas áreas claras, como palmas das mãos e plantas dos pés. É o tipo mais grave, devido a sua alta possibilidade de provocar metástase (disseminação do câncer para outros órgãos). O prognóstico desse tipo de câncer pode ser considerado bom se detectado em sua fase inicial.
Nos últimos anos, houve grande melhora na sobrevida dos pacientes com melanoma, principalmente devido à detecção precoce do tumor e à introdução dos novos medicamentos imunoterápicos. A estimativa desse tipo de câncer é de 6.260 pessoas por ano, sendo 2.920 homens e 3.340 mulheres no Brasil. No Paraná o número é de 630, sendo 320 homens e 310 mulheres.
DIAGNÓSTICO: Somente um exame clínico feito por um médico especializado ou uma biópsia pode diagnosticar o câncer de pele, mas conhecer bem a sua pele e saber em quais regiões existem pintas, faz toda a diferença na hora de detectar qualquer irregularidade. A doença pode aparecer, por exemplo, em forma de uma cicatriz mais funda, ou como pequenas pintas, pintas que já existiam e mudaram de cor ou cresceram, e as que sangram.
De acordo com a Chefe da Divisão de Atenção às Neoplasias da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Rejane Cristina Teixeira Tabuti, é muito importante que as pessoas se observem, “conheçam o seu corpo, lembrando-se de pedir para que algum familiar auxilie no acompanhamento de pintas que não consiga visualizar sozinho, a exemplo da região das costas. Esteja em alerta com pintas muito grandes, assimétricas, com bordas irregulares, coloração diferenciada e que mudam de aparência com o tempo”, ressalta.
PREVENÇÃO: Os cânceres de pele, com exceção do melanoma, são mais frequentes na população adulta porque dependem mais da exposição solar. Já o tipo melanoma também pode ser causado, além da exposição solar, por fatores genéticos. Portanto, apesar de ser mais comum em adultos, a doença pode afetar recém-nascido, criança, jovem, adulto ou idoso. E mesmo com maior incidência em pessoas de pele clara, todos precisam se prevenir.
Para qualquer idade e tipo de pele, os cuidados são os mesmos: evitar a exposição excessiva aos raios solares, principalmente das 10h às 16h, em todas as estações do ano.
Confira abaixo algumas medidas de prevenção:
– Usar chapéus, camisetas, óculos escuros e protetores solares.
– Cubra as áreas expostas com roupas apropriadas, como uma camisa de manga comprida, calças e um chapéu de abas largas.
– Evitar a exposição solar e permanecer na sombra entre 10 e 16 horas (horário de verão).
– Na praia ou na piscina, usar barracas feitas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta. As barracas de nylon formam uma barreira pouco confiável: 95% dos raios UV ultrapassam o material.
– Usar filtros solares diariamente, e não somente em horários de lazer ou de diversão. Utilizar um produto que proteja contra radiação UVA e UVB e tenha um fator de proteção solar (FPS) 30, no mínimo. Reaplicar o produto a cada duas horas ou menos, nas atividades de lazer ao ar livre. Ao utilizar o produto no dia a dia, aplicar uma boa quantidade pela manhã e reaplicar antes de sair para o almoço.
– Observar regularmente a própria pele, à procura de pintas ou manchas suspeitas.
– Manter bebês e crianças protegidos do sol. Filtros solares podem ser usados a partir dos seis meses.