Nova técnica de reconstrução das mamas que leva esperança às mulheres após retirada total dos seios
Procedimento, realizado em Londrina, utiliza tecido para própria paciente para recuperar a aparência feminina das mamas
Durante o Outubro Rosa, o foco é a prevenção, mas nem sempre é possível evitar o câncer de mama. Em alguns casos, quando a doença é descoberta de forma tardia ou é de um tipo mais agressivo, a mama nem sempre pode ser preservada. A boa notícia para as mulheres, que passaram pela mastectomia, é a chegada à região de uma técnica relativamente nova de recuperação das mamas, a DIEP, sigla em inglês para Deep Inferior Epigastric Perforator Flap ou, em português, Retalho perfurante da Artéria Epigástrica Inferior.
A
DIEP, explicam o médico
microcirurgião Guilherme Ogawa e o médico cirurgião plástico Daniel Longhi, de
Londrina, é realizada por microcirurgiões e cirurgiões plásticos, uma vez que a
técnica consiste em reconstruir a mama da paciente com tecido dela mesma.
Na verdade, segundo os especialistas, são realizadas duas cirurgias: a retirada do retalho que se assemelha a uma abdominoplastia e a reconstrução da mama. Isso porque a pele e gordura usadas são do abdômen, preservando veias e artérias que serão reimplantadas na mama que foi retirada. Muitas vezes, e mais apropriadamente, a cirurgia DIEP pode ser feita logo após a retirada da mama, no mesmo dia, poupando assim a paciente de duas cirurgias.
Realizada em conjunto com cirurgião plástico, no momento de implantar a nova pele, são moldadas formas e tamanho, levando em consideração a estrutura da paciente e também o lado estético.
Vantagens da técnica
O médico microcirurgião Guilherme Ogawa e o cirurgião plástico Daniel Longhi explicam que a DIEP utiliza a técnica microcirúrgica. “Isso significa que o próprio tecido da paciente é transplantado do abdome para a mama o que apresenta aspecto mais natural e ainda oferece uma melhor recuperação no pós-operatório, já que poupa o sacrifício da musculatura utilizada nas técnicas atuais”, observam os profissionais.
Além disso, eles salientam que a principal vantagem está em usar o tecido da própria paciente, o que elimina o risco de rejeição ou mesmo novas neoplasias (cânceres) causadas por próteses de silicone, as mais comuns hoje em dia.
Outra vantagem importante está no fato de no mesmo dia da mastectomia a paciente já pode realizar a reconstrução, causando menos impacto psicológico e social na vida da paciente.
Na DIEP, a paciente poderá realizar radioterapia sobre o retalho de pele caso seja indicado pelo mastologista ou oncologista, o que não é possível nos casos de colocação de próteses de silicone.
Os profissionais ressaltam ainda a vantagem da retirada de gordura do abdômen, que pode ser um bônus para mulheres que já buscavam pela diminuição da gordura na região. Outra novidade para as pacientes que fizeram mastectomia com esvaziamento de linfonodos é o tratamento do linfedema usando técnicas de microcirurgia. Com essa técnica é realizado o transplante de linfonodos em outras regiões do corpo para o braço, com o intuito de melhorar o inchaço causado pela retirada dos linfonodos da axila.
Dr. Guilherme Ogawa é microcirurgião formado pela UEL, com residência em Ortopedia e Traumatologia e também Cirurgia da Mão, pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Com cursos nacionais e internacionais, volta a Londrina trazendo a técnica para pacientes de toda a região que buscam um novo olhar na fase de recuperação.