COMO APROVEITAR A LIBERAÇÃO DE SAQUES DO FGTS?
O Governo Federal anunciou na quarta-feira, dia 24, a liberação de saques do FGTS para este ano e a possibilidade de saques anuais do fundo a partir de 2020. Esta liberação já havia ocorrido em 2017, mas a diferença é que na época foi possível sacar o saldo apenas de contas inativas, ou seja, referentes a empregos antigos em que as pessoas não estivessem mais trabalhando. Desta vez será possível retirar valores das contas inativas e também das contas ativas – vinculadas ao emprego atual – mas enquanto em 2017 era possível sacar o saldo total das contas inativas desta vez haverá um limite de 500 reais para cada conta, ativa ou inativa. De 2020 em diante será possível resgatar uma parcela do FGTS anualmente, mas quem fizer esta opção abrirá mão de receber o dinheiro no momento da demissão – neste caso, será paga apenas a multa de 40% sobre o valor do fundo. Será que vale a pena optar pelo saque anual?
O FGTS foi criado com a intenção de proteger o trabalhador no caso de uma demissão por justa causa. Neste caso o empregador deposita mensalmente 8% do salário bruto do empregado em um fundo que forma uma poupança, a qual será resgatada quando este for demitido ou em outras poucas situações específicas. Assim como a caderneta de poupança, o dinheiro depositado no FGTS rende juros – o problema é que este rendimento é de 3% ao ano acrescida da TR (taxa referencial) que atualmente está zerada. Portanto, o FGTS tem rendimento menor que o da caderneta de poupança, que hoje está em 4,55% ao ano. Pior: como o índice de inflação anual do Brasil dificilmente será menor que 3%, o dinheiro parado no fundo está na prática se desvalorizando.
Respondendo então à pergunta feita no primeiro parágrafo, vale a pena sim optar pelo saque anual do FGTS! Mas desde que sejam tomados alguns cuidados: primeiramente, caso você tenha dívidas, procure usar este dinheiro extra para quitar os débitos e limpar seu nome, o que fará um grande diferença em sua vida financeira. Feito isto, ou caso não tenha dívidas para acertar, EVITE pensar neste valor como sendo uma renda extra que lhe permitirá ter um poder maior de consumo: lembre-se da função essencial do FGTS que é de proteção para um evento inesperado, como uma perda de emprego. Portanto ele não pode ser gasto de forma indiscriminada!
A melhor forma de usar este saque anual é colocar o dinheiro em investimentos que rendam mais do que o FGTS – como explicamos anteriormente a forma mais simples de investir, que é a caderneta de poupança, já cumpre esta função. Mas existem outros tipos de investimentos fáceis e livres de risco, como o Tesouro Direto e os CDBs, que rendem mais do que a poupança e seriam ótimos destinos para este dinheiro. Em resumo, o melhor é ter em mente que o FGTS não pode deixar de ser uma reserva de emergência, e a possibilidade de sacar uma parcela todos os anos vai contribuir para que você possa tornar esta reserva ainda mais robusta!