Advogado João Graça é preso quando tentava embarcar para os EUA

O advogado paranaense João Graça, de Arapongas, foi preso na madrugada desta quinta-feira (20) pela Polícia Federal quando tentava embarcar para os Estados Unidos no aeroporto de Guarulhos (SP). As autoridades policiais entenderam como suposta tentativa de fuga. A prisão foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin.

O advogado está relacionado à Operação Registro Espúrio, que descobriu a emissão de cartas sindicais no Ministério do Trabalho em troca de propinas. Ao pedir a prisão, a PF alegou que Graça estaria tentando atrapalhar as investigações.

João Alberto Graça foi assessor do Ministério do Trabalho entre abril de 2013 e maio de 2014. As investigações apontam que ele seria o lobista responsável por agrupar sindicatos interessados na obtenção de cartas sindicais mediante o pagamento de propina no esquema de restituições ilegais da Conta Especial Emprego e Salário.

Ligado ao PDT e ao presidente nacional da sigla, Carlos Lupi, Graça ocupou cargos na delegacia do Ministério do Trabalho no Paraná durante o governo Lula. Em Arapongas, chegou a candidatar-se a prefeito.

Na semana passada, em ação de busca e apreensão no escritório de advocacia dele em Londrina, a Polícia Federal flagrou Graça jogando o celular no vaso sanitário. À prova d’água, o aparelho foi recuperado e levado para a perícia. Graça chegou a ficar preso temporariamente em junho.

OUTRO LADO
O advogado Marcelo Leal classificou a prisão de abusiva e afirmou que seu cliente não estava em fuga. “Ele tinha essa viagem programada há vários meses. Ele sairia em férias com a esposa e filhas. Como ele tem uma filha com uma doença grave e muito rara, que provoca descamação da pele, ele tinha uma agenda marcada com um médico americano que realizaria um tratamento experimental.”

Segundo Leal, a defesa ainda não teve acesso ao decreto da prisão. “Apesar de estarmos em um estado democrático de direito, a dificuldade é que não consegui ter acesso ao decreto de prisão e não tenho como atacar uma decisão que não conheço.” Como é uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), ele explicou que não cabe habeas corpus. “Entrarei com pedido de revogação de prisão, já peticionei isso, mas hoje (20) é o primeiro dia do recesso do Supremo e eu não consegui acesso até agora ao decreto”, declarou. (Com informações Folha de Londrina).

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