O CUSTO FIXO É VARIÁVEL: COMO ASSIM?
Na coluna da semana passada, falamos sobre alguns dos motivos que fazem as empresas irem à falência, ou seja, quebrarem. Um dos principais é a desorganização administrativa por parte do empresário. Misturar o dinheiro pessoal com o dinheiro da empresa, usar o caixa do negócio para pagar despesas do dia a dia dos donos, tudo isto pode matar uma boa ideia rapidamente. Mas a desorganização administrativa pode estar associada ao empresário preocupar-se somente com as vendas, com a entrada de dinheiro e esquecer-se de olhar para os custos necessários para sustentar o negócio. Não são raros os casos de empresas que vendem muito, entra muito dinheiro no caixa, mas que não conseguem se sustentar porque os custos de se alcançar estas vendas consomem todas as entradas. Em outras palavras, a empresa dá prejuízo.
Toda empresa sempre terá dois tipos de custos. É muito comum classifica-los em custos fixos e variáveis. Estes nomes, entretanto, podem confundir bastante: afinal, um custo fixo pode variar e um custo variável pode ser igual todos os meses! Por esta razão, é melhor classificar os custos em diretos e indiretos.
Os custos diretos (ou variáveis) são aqueles que a empresa somente vai precisar pagar caso venda os produtos ou serviços oferecidos. Vamos pegar como exemplo uma loja de roupas: para vender as roupas que oferece, o dono da loja precisa antes comprá-las de algum fornecedor. Se este dono de loja acredita que não conseguirá vender determinada peça de roupa, ele não irá comprá-la. A intenção dele é comprar alguma peça por 20 reais, por exemplo, que ele consiga revender a 30 reais aos seus clientes. Outro exemplo de custo direto é se esta loja contrata vendedores que recebem uma comissão por cada venda realizada. No caso, o dono da loja só pagará estas comissões se as roupas forem vendidas. No caso da peça vendida a 30 reais, se o custo de compra desta peça foi 20 e a loja paga mais 5 reais de comissão para os vendedores, cada uma destas peças renderá ao dono da loja uma sobra de 5 reais (30 reais – 25 da soma de custo de compra e comissão).
Já os custos indiretos (ou fixos) são aqueles que a empresa precisa pagar independentemente de realizar ou não as vendas. Voltando ao exemplo da loja de roupas, o dono da loja precisa pagar mensalmente o aluguel do ponto, não importando se as vendas foram suficientes ou não. Da mesma forma, ele precisa pagar o salário fixo dos funcionários, energia elétrica, material de limpeza, telefone, etc. Para ter lucro, a loja precisa vender as roupas, pagar os custos diretos destas vendas, e o valor que sobrar tem que dar conta de pagar todos os custos indiretos com tranquilidade.
Então se considerarmos que a loja do exemplo venda apenas a peça citada a 30 reais. Descontando os custos diretos da venda da peça, sobram 5 reais por peça vendida. Caso a soma de custos indiretos da loja (aluguel, salários, energia elétrica, material de limpeza, telefone, taxas bancárias) seja de 5 mil reais por mês, esta loja necessita vender pelo menos 1.000 peças para não ficar no prejuízo (1000 peças X 5 reais = 5.000). Se a venda for maior do que 1.000 peças, o empresário passará a ter lucro.
Parece ser tão simples, não é mesmo? Mas no dia a dia logicamente não é tão fácil ter todo este controle. Quem pensa em abrir uma empresa, portanto, precisa se capacitar muito, procurar informações, fazer cursos, pois a gestão financeira é o coração de todo negócio: se houver problemas, a empresa morre. Se o empresário não se sentir seguro, é importante procurar ajuda profissional especializada.
Na semana que vem falaremos um pouco sobre a economia e como ela afeta diretamente nossas vidas. Até a próxima!