POR QUE AS EMPRESAS QUEBRAM?

Na semana passada falamos sobre a importância da elaboração de um Plano de Negócios para qualquer pessoa que está pensando em iniciar uma empresa. O Plano de Negócios obriga o futuro empresário a pensar em todos os detalhes que envolverão a empresa, desde a procura das pessoas pelo produto ou serviço que se pretende oferecer, o preço que estas pessoas estão dispostas a pagar e a quantidade de capital que será necessário colocar no negócio. Nesta coluna, abordaremos os principais motivos que fazem as empresas irem a falência e fecharem as portas. E grande parte destes motivos podem ser evitados com a elaboração de um bom Plano de Negócios.

Muitas empresas quebram por superestimar a procura pelos produtos ou serviços oferecidos. Elas abrem com a expectativa de atender um grande número de pessoas e descobrem da pior maneira possível que não há tanto interesse pelo que elas oferecem. Isto pode acontecer também pela existência de fortes concorrentes já bem estabelecidos, o que faz com que o público que poderia adquirir estes produtos ou serviços não se interesse em mudar de fornecedor. Neste caso, uma boa pesquisa de mercado dentro do Plano de Negócios ajuda a identificar se a futura empresa tem riscos de passar por esta situação.

Outro fator que coloca em risco a sobrevivência das empresas é o preço de venda de seus produtos ou serviços. Se o empresário colocar um preço muito alto, maior do que as pessoas estão dispostas a pagar, não conseguirá vender o suficiente. Por outro lado, se optar por praticar um preço de venda muito baixo, ele corre o risco de não conseguir arcar com sua estrutura de custos. Fazendo o Plano de Negócios, o empresário através de um trabalho direcionado de pesquisa terá condições de avaliar qual é sua melhor alternativa de preço, neutralizando este risco.

Agora, um grande motivo de falência das empresas, e que infelizmente não pode ser evitado pelo Plano de Negócios é a desorganização administrativa (se bem que elaborar um Plano de Negócios indica que o empresário dificilmente será desorganizado). Esta desorganização se reflete nos donos da empresa nunca saberem quanto venderam nem quanto pagaram em um determinado dia, não saberem quanto dinheiro eles têm em caixa, gastarem sem nenhum critério. De repente, eles se vêem com o caixa zerado e correm atrás de alternativas como empréstimos bancários a juros altos para consertar a situação. Se a desorganização continuar a bola de neve vai aumentando até ocorrer a inevitável falência.

Um sinal latente da desorganização administrativa é o empresário misturar as suas contas pessoais com as contas da empresa. Tendo acesso fácil ao caixa, é muito forte a tentação de usar o faturamento do negócio para suprir as necessidades e desejos do dia a dia sem nenhum critério. Quando a torneira seca, este empresário anuncia que a empresa quebrou, quando na verdade esta poderia até ser bem lucrativa, mas seu dono queria ter um padrão de vida maior do que as suas possibilidades. Em outras palavras: foi o empresário que quebrou a empresa. Em minha experiência como consultor, são inúmeros os casos em que os donos das empresas diziam que o negócio ia mal e, depois de uma profunda análise, se surpreenderam com a quantidade de dinheiro que estavam retirando para fins pessoais. A melhor forma de evitar esta situação é estipular um pró labore fixo para o empresário: somente esta quantidade sai do caixa da empresa para o bolso dos donos, evitando esta mistura extremamente nociva.

Ficou curioso para saber mais sobre finanças empresariais? Na semana que vem falaremos sobre como fazer uma boa gestão de custos do negócio. Até a próxima!

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