Diocese divulga nota de repúdio contra o aborto; Arapongas fará terço e missa a favor da vida

Polêmico
Arapongas prepara missa contra o aborto

Uma nota de repúdio foi emitida e divulgada ontem, dia 31 de julho, sobre o aborto. No documento, que é assinado pelo padre João Ozório de Oliveira, administrador da Diocese de Apucarana, o religioso apresenta argumentos contra a descriminalização do aborto.

Nesta sexta-feira, todas as paróquias de Arapongas, dando continuidade ao manifesto, irá realizar um terço a favo da vida, às 21h30. Na sequência, às 23 horas, uma missa sobre o mesmo tema está marcada na Igreja Matriz.

Os atos religiosos estão marcados para o mesmo dia em que o Supremo Tribunal Federal (STF) conduzirá duas audiências públicas sobre processo em que se pede a autorização para a realização do aborto até a 12ª semana de gravidez, por decisão da gestante e sem a necessidade de nenhum tipo de autorização legal.

Na sexta e na segunda-feira, a ministra Rosa Weber, que conduzirá as duas audiências públicas, ouvirá 45 exposições sobre o tema. Na ocasião serão ouvidos especialistas de áreas da saúde, entidades religiosas e de direitos humanos.

Está confirmada a participação de representantes de órgãos como o Ministério da Saúde, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, do Conselho Nacional dos Direitos Humanos, de organizações católicas pelo Direito de Decidir, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil, da Sociedade Brasileira de Bioética e da organização internacional de defesa dos direitos humanos, Humans Right Watch.

As audiências públicas são feitas para que o STF reúna argumentos e informações técnicas sobre determinado tema antes de levá-lo a julgamento.

O tema ganha notoriedade mais notoriedade após recentemente a Irlanda e a vizinha Argentina autorizarem o fim da gravidez.

Confira a nota.

 

Nota de Repúdio

Pe. João Ozório de Oliveira, Administrador Diocesano da Diocese de Apucarana, divulga nota de repúdio ao STF – Supremo Tribunal Federal, contra as razões da ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) 442, e a tentativa de descriminalizar o aborto até a 12ª semana de gestação, proposta pelo PSOL (Partido Socialismo e Liberdade).

Diante do proposto acima:

  • Proclamamos a defesa da vida desde a fecundação até o seu ocaso natural. “Não matarás o embrião por aborto e não fareis perecer o recém-nascido” DIDAQUÊ 2,2;
  • A vida humana, portanto, deve ser respeitada, protegida e defendida em modo absoluto;
  • Reiteramos a sacralidade da vida humana, em todas as suas circunstâncias, independentemente de suas condições de crenças, condições sociais, políticas e ideológicas;
  • O ser humano é sempre sagrado e inviolável, em qualquer situação e em cada etapa do seu desenvolvimento. É fim em si mesmo, não meio para resolver outras dificuldades.

Se cai esta convicção não restam fundamentos sólidos e permanentes para a defesa dos direitos humanos. Ficariam sujeitos à conveniências contingentes dos poderosos de turno. Não se deve esperar que a Igreja altere sua posição sobre esta questão. Não é opção progressista resolver os problemas eliminando a vida humana. (Papa Francisco aos ginecologistas católicos, em 20/09/2013);

  • A defesa da vida constitui elemento fundamental constitutivo da sociedade civil e sua Legislação;
  • Reafirmamos a dignidade das mulheres, solidarizamos e apoiamos toda busca de superação da violência e discriminação por elas sofridas, porém, o aborto jamais poderá ser considerado um direito da mulher ou do homem, sobre a vida do embrião. A ninguém pode ser dado o direito de eliminar outra vida indefesa. O não querer o outro, não me dá o direito de eliminá-lo. “O aborto não é um mal menor, nem teológico ou religioso em si. É mal humano. É mal em si. Por isso condenável”. (Papa Francisco, na 14ª Assembleia Geral do Sínodo, em 04/10/2015).
  • Conclamamos todos os poderes constituídos em uma sociedade democrática de direitos, que respeitando a autonomia dos poderes legislem em favor da vida. Existem saídas legais, soluções viáveis, honestas e morais, que podem ser implementadas em favor das mulheres, sobretudo as mais desprotegidas.
  • Conclamamos mais uma vez a tutela do valor maior, que é o direito à vida. Uma democracia consolidada não pode rejeitar a dignidade e o tratamento igualitário de todos os seres humanos. O aborto quebra essa paridade.
  • Rogamos, portanto, ao Supremo Tribunal Federal, a defesa da vida, desde a concepção até o seu ocaso natural, e a garantia das prerrogativas do Congresso Nacional, como a instância legitimada para regular esta matéria.

 

Confiamos à Virgem Maria, Mãe do Filho de Deus, todas as mães e seus nascituros, e que Deus generosamente abençoe a todas.

Pe. João Ozório de Oliveira

Administrador Diocesano de Apucarana

One thought on “Diocese divulga nota de repúdio contra o aborto; Arapongas fará terço e missa a favor da vida

  • 8 de novembro de 2020 em 5:27 PM
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    Ótimo artigo! Considera-se aborto a interrupção do processo gestacional antes que a vida fora do útero seja biologicamente viável, antes do desenvolvimento completo ou ao menos viável, do nascituro, resultando, por consequência na morte deste. No Brasil, o aborto provocado é crime, com penas previstas de 1 a 3 anos de detenção para a gestante, e de 1 a 4 anos de reclusão para o médico ou qualquer outra pessoa que realize em outra pessoa o procedimento de retirada do feto.

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