Cirurgia reparadora de mamas é uma das mais realizadas no Brasil
Segundo um levantamento de 2016 da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, as cirurgias reparadoras cresceram mais que as estéticas entre 2009 e 2014. Um dos fatores que contribuíram para esse aumento são as cirurgias bariátricas. Estima-se que 90% dos pacientes que fazem a bariátrica irão precisar de pelo menos um procedimento para retirar o excesso de pele ou para reconstruir alguma parte do corpo, como os seios, por exemplo.
De acordo com o cirurgião plástico, Dr. Luiz Molina, a perda de peso, que acontece após a cirurgia bariátrica ou uma dieta, pode levar à ptose mamária, ou seja, à queda das mamas.
“Embora o aspecto das mamas possa variar muito de paciente para paciente, é comum que haja algum grau de ptose mamária depois de uma perda de peso significativa. Com isso, a mulher pode precisar de uma cirurgia plástica reparadora para corrigir a ptose, assim como para devolver o volume mamário perdido. Essa cirurgia é chamada de mastopexia ou lifting de mamas”.
O cirurgião explica que a perda de peso maciça leva a alterações, como a redução da quantidade de elastina que gera uma menor capacidade de retração e menor elasticidade da pele, levando à queda das mamas. A ptose também está relacionada ao processo natural do envelhecimento, assim como à gravidez e à amamentação
“Em todos esses casos, a mastopexia pode ser indicada. O teste mais comum para saber se há queda das mamas é colocar um lápis embaixo dos seios. Se o lápis não cair, é um sinal de ptose”, comenta Dr. Molina.
Com ou sem prótese?
Cada caso é tratado de forma individual. “Podemos aplicar diversas técnicas, de acordo com as deformidades apresentadas. A escolha vai depender do volume das mamas, da qualidade e da quantidade de tecido e do grau de ptose. Se a paciente tem uma boa quantidade de tecido mamário, por exemplo, é possível fazer a remodelação da mama sem implantes. Já nas mulheres que perderam muito tecido e volume, pode ser necessário colocar próteses”, explica Dr. Molina.
É importante ressaltar que a mastopexia não visa ao aumento dos seios, mas sim à correção da posição dos seios quando há ptose mamária. Mas, pode ser necessário colocar uma prótese dependendo da quantidade de tecido que pode ser usado para preencher a perda do volume. Quando há necessidade de colocar a prótese, é chamada de mastopexia de aumento. Há casos ainda em que há também necessidade de reposicionar as aréolas dos seios.
Indicação e graus de ptose mamária
A ptose mamária é classificada de acordo com o grau de flacidez. Na ptose grau I, a flacidez é leve. Na ptose grau II, há flacidez moderada e perda do volume. Na ptose grau III, a flacidez é severa, há perda significativa do volume e dobras cutâneas.
Quando fazer
A plástica reparadora dos seios pode ser feita depois da estabilização da perda de peso, que costuma ocorrer após 18 meses do início da dieta ou da bariátrica, mas pode variar de paciente para paciente. A paciente também precisa estar saudável, sem sinais de anemia ou desnutrição, entre outros aspectos avaliados no pré-cirúrgico.
Mastopexia é diferente de mamoplastia de aumento
O lifting de mamas é uma cirurgia mais complexa que a mamoplastia para aumento das mamas. Alguns médicos preferem fazê-la em duas fases, sendo a primeira para corrigir a posição e a segunda para colocar a prótese, quando necessário.
A cicatriz irá depender do tamanho das mamas e da técnica usada. A mais comum é em forma de um T invertido. Pode ser ainda vertical ou periareolar (ao redor das aréolas). No entanto, Dr. Molina relata que prefere fazer em tempo único para facilitar a recuperação e diminuir os custos, com grande satisfação das pacientes.