“Ela deve ter entrado em desespero”, diz delegado sobre morte de policial e do filho dela, de dois anos

Um ato de desespero. É o que indica a motivação de uma tragédia revelada ontem, dia 6, no final da tarde em Cambé, cidade a cerca de 30 km de Arapongas. O caso veio à tona após dois dias, possivelmente, do sumiço da policial civil Dolores Mileide de Souza Simões e do filho dela de dois anos. A cena do crime indica que, inicialmente, que a investigadora teria atirado na cabeça do próprio filho e depois cometido suicídio.

Moradora de Cambé, no Residencial Vista Alegre, a policial trabalhava há 5 anos na sede da 17ª  Subdivisão Policial (SDP) de Apucarana. O caso chocou os colegas de trabalho, além de familiares, que a viam como uma pessoa tranquila e dedicada, em especial ao trabalho, e à família.

A investigação encontrou no apartamento da policial uma carta explicando a motivação do ato que viria a cometer. No texto, ela reforça seu amor ao filho e aponta uma decisão judicial, que permitia o pai do menino (que era investigado por abusar do próprio filho), o direito de voltar a ver a criança, de forma assistida.

De acordo com o delegado-chefe da 17º Subdivisão Policial (SDP), com sede em Apucarana, José Aparecido Jacovós, corre na Justiça um processo contra o pai do menino. O caso teria ocorrido após a separação do ex-companheiro, que era o pai da criança. “Que fique bem claro que Mileide se separou do ex-convivente e, após o fato, acabou descobrindo que durante a convivência teria ocorrido abusos contra a criança”, diz.

“Obviamente procurou a delegacia de Cambé, onde foi dado início ao processo, que está em curso. O pai ficou afastado da criança por um período e entrou na Justiça. Na última quarta-feira, a Justiça autorizou visita assistida à criança”, explica Jacovós.

Jacovós acredita que a decisão fez com que a investigadora entrasse em desespero. “Ela deixou uma carta em sua residência onde frisa que não deixaria o filho passar por esse sofrimento”, diz.

Os corpos de mãe e filha foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) de Londrina, onde passarão por exames de necropsia. Um inquérito será instaurado para investigar o caso pela Delegacia de Policia de Cambé.

 

Excelente profissional

O delegado-chefe, da 17ª SDP, frisa que a policial era um exemplo de dedicação e amor à profissão, além de ser sempre prestativa e cortês durante os atendimentos da delegacia com o público e também com os colegas de trabalho. “Lamentamos a perda dessa excelente profissional e nós policiais da 17ª SDP que trabalhávamos diretamente com ela no dia a dia estamos muito chocados com isso que ocorreu”, diz.

O delegado e outros colegas trabalho da policial estiveram no local, para acompanhar os procedimentos.

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