(Exclusivo) Denúncias de violência doméstica aumentam 42% em Arapongas

O aumento no número de registro de violência doméstica em Arapongas pode assustar no primeiro impacto, mas segundo especialistas a elevação no número de denuncia deste tipo de caso é um bom reflexo do trabalho feito pela equipe da Patrulha Maria da Penha – um braço da Guarda Municipal, que vem atuando na cidade desde 2016, em parceria com as forças integradas de segurança da cidade (Polícia Civil, Polícia Militar e Guarda Municipal).

Segundo dados divulgados da Guarda Municipal as mulheres vítimas de violência doméstica estão cada vez mais encorajadas a denunciar os agressores. Nos oito meses após a criação da Patrulha Maria da Penha, em 2016, a equipe realizou 298 atendimentos, já no ano seguinte – em 2017 foram 421 ocorrência de violência doméstica – um aumento de aproximadamente 42%.

Para a coordenadora da Patrulha Maria da Penha, Denice Amorim, os número apontam que as mulheres estão rompendo com o ciclo da violência e estão mais encorajadas por saberem que podem contar com um órgão específico que vai orienta-las e protege-las dos seus agressores.

“Elas se sentem mais confiantes em denunciar e quebrar o ciclo de agressão que muitas vezes passa por gerações”, conta a coordenadora.

Se de um lado os números de denúncias estão aumentando, do outro, os números de descumprimentos de medida protetiva vem caindo. Em 2016 foram 28 casos registrados, mas em 2017 houve uma queda de aproximadamente 21%, e registrou somente 20 casos. Para a coordenadora da Patrulha a queda é devida a fiscalização e acompanhamento dos casos, além da inserção do artigo 22a na lei Maria da Penha, que tipifica como crime o descumprimento de medida protetiva com detenção de até 2 ano.

Para coordenadora da Patrulha Maria da Penha, Denice Amorim, as vítimas estão cada vez mais encorajadas a denunciar os agressores.

 

“Hoje as vítimas não estão mais vulneráveis como no passado, agora com o aumento do rigor da lei os agressores estão mais receosos porque sabem que estamos atuando para proteger as mulheres da nossa cidade”, destaca a coordenadora da Patrulha Maria da Penha.

Todo o trabalho da Patrulha Maria da Penha é bem visto pelo delegado da 22 Subdivisão Policial, Carlos Marcelo Sakuma. Segundo ele desde de que foi criada a Patrulha Maria da Penha, o número de inquéritos de violência doméstica aumentou 33%. Em 2016 foram registrados aproximadamente 185 casos, já em 2017 os números subiram para 247 e até abril deste ano já foram abertos 102 inquéritos desse segmento.

Para o delegado a equipe da Patrulha Maria da Penha ajuda de forma imensurável o trabalho da polícia, já que segundo ele não há efetivo suficiente na delegacia de Arapongas para dar o suporte adequado às vítimas. “Como temos pouco efetivo fazemos o procedimento administrativo confeccionamos o auto de prisão, flagrante e instalação de inquéritos, enquanto a equipe da Patrulha faz todo o trabalho de acompanhamento das vítimas”, explica o delegado.

Sakuma ainda explica que o aumento nos casos de violência doméstica registrados pela Polícia Civil é sinal de que as vítimas estão se sentindo mais seguras para denunciar os agressores e essa coragem de enfrentar os algozes pode evitar crimes futuros. “Quando a vítima de violência doméstica aciona a polícia a chance de haver um homicídio ou lesão grave diminui”, ressalta.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *