Olhar do assistente social é essencial para mudar realidades

A conquista de melhores condições de vida conta com a base sólida da assistência social, fundamental na articulação com outras áreas para resgatar famílias da vulnerabilidade. O percurso para a conquista da autonomia é observado e acompanhado por assistentes sociais, profissionais homenageados hoje 15 de maio.

O presidente do Conselho Estadual da Assistência Social, Paulo Silvério Pereira, afirma que a assistência social evoluiu muito nos últimos dez anos e que o profissional dessa área continua essencial para garantir cidadania a pessoas ou grupos desprotegidos.

“O assistente social consegue enxergar os invisíveis: moradores de rua, indígenas, quilombolas, pessoas com deficiência, entre outros grupos marginalizados pela sociedade. É ele que tem o olhar para perceber e mudar a realidade”, destaca Pereira.

DISPOSIÇÃO – É com essa disposição que Lorena Mylla vai a campo todos os dias há mais de 25 anos. Ela faz parte de uma das equipes técnicas do Governo do Paraná que trabalham no contato direto com famílias. “Sempre procuro conhecer a realidade das pessoas que atendo, compreender seus valores, necessidades e problemas, que podem estar por trás, por exemplo, de comportamentos agressivos ou da apatia”, explica.

Lorena já percorreu praticamente todo o Estado e hoje trabalha na Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), visitando locais e cadastrando as comunidades que podem receber casas. Ela avalia que a integração de ações é o caminho para melhores resultados, como a intersetorialidade proposta pelo programa Família Paranaense, coordenado pela Secretaria da Família e Desenvolvimento Social.

DIFERENÇAS – O conhecimento das distintas realidades de cada região do Paraná é, para Lorena, a principal ferramenta de transformação das situações de vulnerabilidade. “Dados revelados pelo biomapa, que registra demandas dos moradores, e pelas pesquisas constantes com os moradores subsidiam gestores na formulação de políticas sociais e nas intervenções para além da habitação”, explica.

Apesar de os números serem fundamentais na administração pública, o trabalho de assistentes sociais está mais próximo das pessoas que se sentem excluídas socialmente ou em situação de risco e vulnerabilidade. É no cadastramento em programas sociais, na verificação das potencialidades das famílias que a atividade mostra sua importância para garantir cidadania a todos.

Porém, o papel facilitador da assistência social nem sempre é compreendido no primeiro contato. Lorena está acostumada a ser recebida com olhares pouco amistosos e desconfiados nas primeiras visitas. Aos poucos, porém, vai conquistando aqueles com quem vai atuar. “Penso sempre no que posso contribuir para a melhoria de vida daquelas famílias, a maioria em moradias precárias”, diz Lorena. “Se estamos enfraquecidos é mais difícil tomar atitudes, o assistente social precisa fortalecer a participação dessas pessoas na sociedade”.

DADOS – A rede socioassistencial no Paraná conta com 2.238 espaços de atendimento. São 569 Centros de Referência de Assistência Social (Cras), 181 Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas), 598 unidades de acolhimento e 654 centros de convivência, além de Centros de Atendimento à População de Rua (Centro Pop), Centros da Juventude e centros-dia para idosos e pessoas com deficiência.

De acordo com senso 2016 do Sistema Único da Assistência Social (Suas), trabalham na rede 2.216 assistentes sociais. Pelo censo, o Paraná aparece como o estado do Sul com maior número de profissionais dessa área, atuando na rede de proteção social às famílias e pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade. No ranking nacional, ocupa a quinta posição.

No Brasil há 166 mil profissionais registrados nos Conselhos Regionais de Serviço Social, mais de 7 mil deles no Paraná. Se for considerado o total de servidores estaduais e municipais que trabalham na rede socioassistencial, independente da profissão, o número é de 14.287.

 

Fonte: AEN

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