Alunos desenvolvem próteses em impressora 3D para doação

Os estudantes do curso técnico em Informática do Colégio Estadual Cristóvão Colombo, do município de Jardim Alegre, no Vale do Ivaí, projetaram e confeccionaram duas próteses em 3D que foram doadas para portadores da Síndrome de Brida Amniótica ou amputação. As pessoas atendidas são dos estados do Paraná e de São Paulo. Outras duas estão em processo de desenvolvimento e serão enviadas para a cidade do Rio de Janeiro.

A ação integra o projeto Mão Amiga Prótese em 3D, inciado em 2017 e colocado em prática na escola no laboratório de informática, que conta com duas impressoras 3D, uma entregue em março deste ano pelo Governo do Estado e outra montada por voluntários com peças recicladas.

Desde o início do ano, o Governo do Paraná, por meio da Secretaria de Estado da Educação, já entregou kits tecnológicos para 22 escolas. A entrega dos equipamentos faz parte do projeto Conectados 2.0, desenvolvido pela secretaria para fortalecer o parque tecnológico das escolas paranaenses.

O projeto Mão Amiga Prótese em 3D é desenvolvido voluntariamente por 50 alunos, professores universitários, fisioterapeutas, enfermeiros, psicólogos, engenheiros elétricos e demais representantes da comunidade escolar.

DEMANDA – A iniciativa surgiu após um estudo feito em Jardim Alegre pela escola para diagnosticar a demanda de próteses para membros amputados ou para Síndrome de Brida Amniótica. “Descobrirmos que 11 pessoas, só no nosso município, estavam na fila de espera aguardando uma prótese”, disse a diretora do colégio, Sara Jane Jean Domingo Al-Ghadban.

Os pedidos dos moradores da região que chegam à escola são cadastrados pelos estudantes que fazem a medição e elaboram o projeto para a confecção das próteses nas impressoras 3D em parceria com a Associação Dar a Mão, de São João do Ivaí.

Os alunos desenham, imprimem e personalizam o protótipo conforme o pedido. A entrega das próteses também é feita pelos estudantes. Cada uma custa em média R$ 200, custeados pela comunidade escolar. Após receber o equipamento o usuário e sua família têm acompanhamento com fisioterapeuta e psicólogo.

A diretora conta que o projeto contribui também para divulgar o curso e incentivar os estudantes. “Além de motivar os alunos, o projeto é importante porque trabalha com o social, desperta o interesse pela pesquisa e pelo voluntariado. Com isso, além de ajudar quem precisa, estamos formando técnicos com uma visão humanizada”, disse.

 

 

PARCERIA – Os pedidos de outras cidades e estados são encaminhados pela associação que, além de cadastrar os atendimentos feitos pela escola, dá o suporte técnico com treinamentos aos alunos, recebe e distribui a próteses feitas pela escola. A parceria é acompanhada por uma equipe de pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), em Curitiba.

A Associação Dar a Mão foi criada pela professora da rede estadual Geane Poteriko da Silva, mãe da Dara Poteriko, de 4 anos, que nasceu com Síndrome de Brida Amniótica e há um ano usa a prótese feita pela associação. “A prótese permite que ela faça todas as atividades que eram dificultadas pela falta da mão, mas a principal contribuição é que estimula o lado com a agenesia e também tem um impacto psicológico que aumenta a autoestima, já que as próteses são temáticas”, contou Geane que é presidente da associação.

RECONHECIMENTO – Em 2017, o projeto desenvolvido pela escola, junto com outras ações que envolveram a comunidade na administração escolar, rendeu à unidade de ensino o segundo lugar no Prêmio Gestão Paraná, da Secretaria da Educação, entre as 54 escolas estaduais administradas pelo Núcleo Regional de Educação de Ivaiporã.

O projeto foi apresentado na feira nacional de impressoras 3D Expo3DBR que aconteceu em abril na cidade de São Paulo. No evento foram apresentados projetos sociais e inovações do mercado de impressoras 3D.

 

Foto: Divulgação SEED Fonte: Agência Estadual de Notícias

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