Mulheres, esposas, mães e policiais
Apesar de todo espaço que as mulheres conquistaram ao longo dos anos, ainda falta muito para ser conquistado principalmente na questão igualdade. Na maioria das vezes, elas precisam se esforçar muito mais que os homens para alcançar os mesmos cargos.
Um exemplo é o concursos públicos da Polícia Militar onde 50% das vagas são destinadas para o público feminino, porém, poucas são aprovadas no teste físico que é exatamente o mesmo aplicado aos homens. No entanto, na prova teórica a maioria dos aprovados são mulheres. Atualmente 10% do efetivo da 7º Companhia Independente de Polícia Militar de Arapongas são mulheres.
Mas essa situação não assusta algumas mulheres, como a soldado Luciana que está há 12 anos na corporação. Ela conta que se sente orgulhosa por conseguir ser aprovada em um concurso tão concorrido como o da PM. “Me sinto orgulhosa de estar aqui, saber que muitos homens gostariam de ser policial e eu consegui. Consegui provar o meu valor”, ressalta a soldado que ainda destaca a dificuldade dos testes físicos, “Fizemos uma escola igual à deles, fizemos um teste físico igual ao deles, a gente corre o mesmo risco e sem deixar de ser mãe, filha, esposa e dona de casa”, destaca.
E é exatamente essa capacidade de realizar múltiplas tarefas ao mesmo tempo, que torna as PFEM (Policial Militar Feminino) um diferencial nas ocorrências. Para a Soldado Cristiane, a percepção feminina leva as mulheres a ver detalhes que podem passar despercebidos por muitos homens.” Temos essa habilidade de absorver tudo ao mesmo tempo, e isso é um benefícios tanto para nós mulheres quanto para a corporação”, conta.
Para soldado Luciana, as mulheres conseguem resolver alguns problemas melhor que os homens, como situações de briga familiar. “No meu ponto de vista conseguimos nos destacar nesse tipo de ocorrência porque sabemos a situação que está àquela mulher, a situação que está àquela família. Principalmente ali na conversa, no entendimento emocional da situação, nós temos uma forma melhor de solucionar o problema”,destaca a soldado.
Mas não é só para a conversa que as PFEM estão preparadas. Elas estão sempre em busca de se manterem treinadas e focadas. E muitas vezes o treinamento exige uma dedicação maior do sexo feminino, porque elas precisam provar que são capazes e estão aptas fisicamente para as ações do dia a dia, para que as pessoas não confundam a questão de ser feminina com fraqueza.
“Ser mãe e esposa, e, ainda manter uma carreira profissional nunca é fácil seja qual for à profissão. Só sendo mulher mesmo para conseguir administrar todas as funções e realizar todas de uma maneira impecável”, finaliza a soldado Luciana.