CASA DO AGUARDO DE ARAPONGAS REALIZA BAZAR E PROMOÇÕES PARA MANTER ENTIDADE

Mantida através de doações, a Casa do Aguardo Professor Hideo Okuyama (CAPHO) de Arapongas, abriga os acompanhantes de pessoas que vem para internamento nos hospitais de Arapongas pelo SUS e que não tem como pagar hotel.

Segundo Davina Bozina Armando, que faz parte do conselho fiscal, a entidade dá suporte para uma pessoa de cada família que precisa de ajuda. “A casa tem capacidade para atender até 42 pessoas por dia, divididos em duas alas, uma feminina e outra masculina. Já passaram pela entidade pessoas de mais 390 municípios. Em 13 anos, ficaram hospedas mais 10 mil pessoas e foram servidas cerca de 150 mil refeições que incluem café da manhã, almoço e jantar” explica Davina.

Para ajudar com as despesas, a Casa do Aguardo realizará no próximo sábado, dia 10, um Bazar com as roupas que receberam através de doações. A entidade está promovendo também, uma promoção de coxinhas de mandioca. Cada cartão custa R$12 e vem com 8 unidades. As coxinhas serão feitas pelos voluntários da casa. A data da entrega é no dia 13 de abril.

A atual presidente da casa Romilda Aparecida Ricci, conta que realiza pelo menos uma vez por ano promoções para ajudar com as despesas. “Nós precisamos e dependemos destas promoções para manutenção do nosso dia a dia. Nós não temos ajuda nem municipal, nem estadual, nem federal, nem do hospital e nem da igreja. Mantemos a casa simplesmente com nosso bazar e com as doações, e infelizmente estão abaixo do que necessitamos”, conta Romilda.

As despesas da casa com água, luz, gás, manutenção e funcionários giram em torno de R$ 5 mil. “Para as pessoas que quiserem ajudar nós temos o carnê, mandamos na casa da pessoa, e geramos com o valor que a ela puder doar. Também pode ser feita através de depósito na conta bancária. E se a pessoa quiser vir até a casa e fazer doações que não seja em dinheiro, mas de matérias, de roupas, produtos de limpeza que precisamos muito e alimentos será muito bem-vinda”, explica Davina.

Hoje a Casa do Aguardo conta com 50 pessoas que ajudam mensalmente pagando carnê e boletos com valores a partir de R$5. “Temos pessoas que contribuem com a casa desde o primeiro dia que estamos aqui. Graças a isso mantemos esse trabalho”, comemora Davina.

“O nosso bazar conta com diversos produtos, roupas e sapatos. Tudo que recebemos, nós lavamos, arrumamos quando necessário e disponibilizamos para venda num preço bem acessível. As próprias pessoas que ficam aqui na casa compram, porque muitas vezes acabam ficando na cidade de surpresa. Elas vem só para uma consulta e as vezes acabam sendo internadas, e os acompanhante além de não ter onde ficar não vem preparados para passar mais de um dia. Quando eles não tem condições a gente doa”, explica Romilda presidente da casa.

O trabalho do dia a dia da casa é realizado por duas funcionárias, pelos voluntários que cuidam da diretoria e do conselho, por uma assistente social e uma psicóloga que o conselho exige. “Como nós não temos funcionários suficientes para limpar e cozinhar, as próprias pessoas que estão alojadas aqui ajudam com o serviço e com o preparo das refeições que vão consumir”, relata Davina.

HISTÓRIA DA CASA

Segundo a presidente da Casa do Aguardo Romilda Aparecida Ricci, a ideia de abrir a entidade surgiu quando ela, que mora perto do hospital, viu a necessidade das pessoas que vinham de fora trazendo seus parentes para serem internados no hospital e não tinham onde ficar.

“Elas ficavam perambulando pelas ruas. Antes, acolhia as pessoas na minha casa. Muitas vezes, eu, minha família e amigos quando não conseguíamos direcionar para casa de alguém pagávamos pensão do nosso bolso. Com o tempo, essa demanda foi aumentando e começamos a levar para salão da paróquia, mas sempre com o pensamento de poder montar a casa”, lembra Romilda.

“Quem conheceu ou que conhece essa realidade são as pessoas que moram nas proximidades ou quem já esteve nesta situação. Uma amiga nossa viveu essa realidade. O marido da Cleuza Lopes Okoyama ficou internado mais de 2 meses e ela viu a situação de famílias de fora e também se comoveu e começou a montar um projeto. Nós unimos o projeto dela com o trabalho da nossa equipe, e assim foi fundada a casa em 22 de junho de 2003”, explica a presidente.

 

RELATOS DE QUEM PASSA PELA CASA

Luceni de Almeida Santos, de 41 anos veio de Rio Negrinho-SC, acompanhar seu irmão, que mora em Santa Maria do Oeste-PR. A cidade dele pertence a comarca de Ivaiporã, e foi encaminhado para Arapongas para fazer uma cirurgia no coração. Lucilene chegou na casa no último dia 28 e deve ficar até liberação do seu irmão.

 “Se não fosse a casa iria ficar esses dias na sala de espera do hospital. Não tenho condições, ia ter que escolher entre pagar minhas refeições ou pouso. O trabalho realizado aqui é muito valioso, só tenho a agradecer. Aqui tenho com quem conversar, ajudo na limpeza, na cozinha, e só saio mesmo para visitar meu irmão no hospital”, comenta Luceni.

O pedreiro Vanderlei Alves dos Santos de 42 anos, veio de Wenceslau Braz – PR acompanhar um tio para colocar um marcapasso. Ele já esteve na casa a 21 dias atrás acompanhando outra pessoas, que infelizmente veio a óbito. Ele conta que desta vez veio mais tranquilo sabendo que ia poder contar com o apoio fornecido na casa. “Como já sabia o procedimento para conseguir uma vaga, vim mais tranquilo, mas na primeira vez que vim foi um impacto muito grande. Ia ficar na rua, mas o hospital me direcionou pra cá”, relata.  

De Santo Antônio da Platina – PR, com o irmão infartado o operador de máquinas Josimar Batista Paiva, de 30 anos, veio para Arapongas. Segundo ele, na casa encontrou além de pouso e comida, conforto e acolhimento pelas pessoas que ali também se encontram. “Não tenho nem palavras para agradecer. É fantástico”, diz o operador

O aposentado Cícero Alves Feitosa de 64 anos, veio com o transporte da prefeitura de Naviraí, Mato Grosso do Sul, trazer seu filho de 32 anos. Ele fez um exame e apareceu a necessidade urgente de realizar um cateterismo e foi encaminhado para Arapongas para internamento. “Tinham falado que eu poderia ficar em uma cadeira do lado na cama dele. Quando cheguei aqui a história foi diferente. Me disseram que só era permito acompanhantes para crianças e pessoas acima de 65 anos. Fiquei desolado, sem chão, muito nervoso”, explica Feitosa.

Segundo ele, no hospital ele recebeu orientações dos atendentes. “Me deram uma guia que me dava direito a uma vaga na Casa do Aguardo, foi uma benção. Não conheço nada nesta cidade e nem tinha me planejado financeiramente para arcar com custos de hotel. Estou no céu aqui”, diz Cícero.

José Heleno de Menezes, 61 anos veio de São João do Ivaí – PR, acompanhar sua esposa para uma consulta de retorno. Ela havia realizado uma cirurgia de cateterismo e eles acabaram sendo surpreendidos pois ela foi internada novamente. Segundo ele, quando pediu a guia para a casa não havia mais vagas. Ele aguardou, e depois conseguir ser encaminhado.

“Graças a Deus a assistente social conseguiu me encaixar assim que abriu uma vaga. Não tenho dinheiro, ia ter que ficar nos bancos do hospital. Espero que o trabalho realizado aqui, que é nota 10, possa aumentar com a colaboração de mais pessoas, pois ajudam as pessoas num momento muito difícil”, relata José.

SERVIÇOS

Doações podem ser feitas através da solicitação de um carnê na Casa do Aguardo, que fica na Rua Rolinha Roxa, 60, no Jardim Universidade, atrás da Unopar. O valor da doação fica a critério do contribuinte. Mais informações pelo telefone 3276-3385.

Dados Bancários para doação

Sicredi: ag: 0723  conta: 20822-1 Capho Casa de Aguardo Profº Hideo Okuyama

Sicoob: ag: 4393 conta: 2903-3 Capho Casa de Aguardo Profº Hideo Okuyama

One thought on “CASA DO AGUARDO DE ARAPONGAS REALIZA BAZAR E PROMOÇÕES PARA MANTER ENTIDADE

  • 6 de março de 2018 em 1:36 PM
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    Bom dia, casa de aguardo ontém, 10 acompanhantes de todo o Brasil, até de Roraima, precisamos da sua ajuda.

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