Aumenta a procura de vacina contra febre amarela em Arapongas

Nos últimos dias o Brasil tem estado em alerta com o surto de febre amarela. A cidade de Arapongas, assim como todo o estado do Paraná não está localizado na área de risco. Desde julho do ano passado a 14 de janeiro deste ano o Ministério da Saúde já registrou 35 casos de contaminação por febre amarela em todo o país. A situação é mais grave nos estados de São Paulo (20 casos e 11 mortes), Minas Gerais (11 casos e 7 mortes), Rio de Janeiro (3 casos e 1 morte) e DF (1 caso e 1 morte).

O último caso de febre amarela confirmado no Paraná foi em 2008, em Laranjal, região central do Estado. Com relação a óbitos, os últimos também ocorreram no mesmo ano nas cidades de Maringá (caso importado) e Laranjal. Segundo a gerente de imunização de Arapongas, Graziela Stefanuto, em Arapongas no ano de 2017 não foi registrado nenhum caso de suspeita de febre amarela no município.

Em razão do aumento dos casos, a Organização Mundial da Saúde classificou o conjunto do estado de São Paulo de área de risco e recomendou a viajantes tomar vacina específica e se imunizar contra o vírus. Segundo Graziela, “agora com o noticiário em rede nacional as pessoas tem se preocupado mais, e já foi registado um aumento da procura pela vacina nos postos de saúde do município”. A gerente de imunização ressalta que a vacina, que é fornecida em dose única em todo Paraná, sempre esteve disponível nas unidades básicas de saúde com sala de vacina.

O programador e operador de máquina, Odair Fernandes Fraga, 36 anos, morador de Arapongas, não tinha certeza se já havia tomado a vacina, procurou a UBS e se imunizou contra o vírus. “O atendimento foi bem rápido. Farei um curso nesta semana em São Paulo e já garanti minha vacina, agora viajo tranquilo”, diz.

A Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) orienta que o alerta principal é para as áreas de risco e para pessoas que residem em áreas de matas e rios ou que fazem atividades como trilhas, pesca e acampamentos. Quem for visitar esses locais, deve procurar a unidade de saúde pelo menos 10 dias antes da viagem. Esse é o tempo necessário para garantir a devida imunização contra a doença.

Além das salas de vacina o município disponibiliza unidades básicas que vão até as indústrias para realizar o procedimento. “Não é preciso alvoroço ou preocupação extrema para a vacinação, pois aqui nós não temos a doença”, orienta a gerente se imunização. Ela informa ainda que a vacina contra febre amarela já está inserida no calendário básico de vacinação para crianças a partir de 9 meses, e uma dose já é o suficiente para a vida.  “As pessoas antes de procurar os postos devem checar seu cartão de vacinação e qualquer dúvida procurar a unidade de saúde mais próxima”, esclarece.

A vacina é indicada para crianças a partir dos 9 meses e adultos até os 59 anos. A contraindicação é para gestantes, mulheres que amamentam, crianças até 9 meses de idade, adultos maiores de 60 anos, pessoas com alergia grave a ovo e pessoas em quimioterapia ou em determinados tratamentos de saúde – não podem receber a vacina por causa dos riscos de reações graves, a recomendação é que só sejam vacinados com indicação médica.

A orientação para essas pessoas é evitar picadas de mosquitos por meio do uso de camisas de mangas longas e calças compridas, mosquiteiros e repelentes. Graziela Stefanuto, orienta as pessoas a cuidarem do ambiente que elas habitam, o quintal, a planta, o brinquedos para evitar a água parada. “Neste período do ano chove muito, tem sol e volta a chover e as pessoas esquecem de cuidar do seu habitat, pois devemos evitar o mosquito que é o grande transmissor”, aconselha.

No Brasil, a forma silvestre da doença é a variedade que ainda provoca surtos e é transmitida pelos mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes. O país não registra casos de febre amarela urbana, transmitida pelo Aedes aegypti, desde 1942.

Gerente de imunização de Arapongas, Graziela Stefanuto, aconselha araponguenses a manter o cartão de vacina em dia

 

Confira a sala de vacina mais próxima de você:

 

Unidade Básica De Saúde “Águias”

Endereço: Rua Bigua-una, s/n – Conj. São Carlos

Telefone: 3902-1201

 

Unidade Básica De Saúde “Aricanduva”

Endereço: Rua Caiapó, s/n – Aricanduva

Telefone: 3252-5114

 

Unidade Básica De Saúde “CAIC”

Endereço: Rua Codornix, 153 – Jardim Lorena

Telefone: 3902-1209

 

Unidade Básica De Saúde “Cascata”

Endereço: Rua Mergulhador, 690 – Jd. Bandeirantes

Telefone: 3902-1205

 

Unidade Básica De Saúde “Centauro”

Endereço: Rua Mutum Poranga, 289 – Conj. Centauro

Telefone: 3902-1208

 

Unidade Básica De Saúde “Dr Simão Del Bosco Brunetti”

Endereço: Rua Mergulhador, 690 – Jd. Bandeirantes

Telefone: 3902-1205

Unidade Básica De Saúde “Dr. Joaquim Faria De Macedo”

Endereço: Rua Iratauá, 781 – Vila Araponguinha

Telefone: 3902-1221

 

Unidade Básica De Saúde “Guadalupe”

Endereço: Rua Gaturamo, 1000 – Jd Aeroporto

Telefone: 3902-1219

 

Unidade Básica De Saúde “Palmares”

Endereço: Rua Tanatau, 520 – Jd. São Bento

Telefone: 3902-1232

 

Unidade Básica de Saúde “Petrópolis”

Endereço: Rua Pato Mergulhador, 280 – Conj. Petrópolis

Telefone: 3902-1204

 

Unidade Básica De Saúde “Primavera”

Endereço: Rua Gaturamo, 1000 – Jd Aeroporto

Telefone: 3902-1152

 

Unidade Básica De Saúde “São Vicente”

Endereço: Rua Tico-tico, 510 – Centro

Telefone: 3902-1228

 

Unidade Básica De Saúde “Tropical”

Endereço: Rua Dançarino esquina com Olho de Fogo, s/n – Conj. Tropical

Telefone: 3902-1231

 

 

Origem da doença

A origem do vírus causador da febre amarela foi motivo de discussão e polêmica durante muito tempo, porém estudos recentes utilizando novas técnicas de biologia molecular comprovaram sua origem africana. O primeiro relato de epidemia de uma doença semelhante à febre amarela é de um manuscrito maia de 1648 em Yucatan, México. Na Europa, a febre amarela já havia se manifestado antes dos anos 1700, mas foi em 1730, na Península Ibérica, que se deu a primeira epidemia, causando a morte de 2.200 pessoas. Nos séculos XVIII e XIX os Estados Unidos foram acometidos repetidas vezes por epidemias devastadoras, para onde a doença era levada através de navios procedentes das índias Ocidentais e do Caribe.

No Brasil, a febre amarela apareceu pela primeira vez em Pernambuco, no ano de 1685, onde permaneceu durante 10 anos. A cidade de Salvador também foi atingida, onde causou cerca de 900 mortes durante os seis anos em que ali esteve. A realização de grandes campanhas de prevenção possibilitou o controle das epidemias, mantendo um período de silêncio epidemiológico por cerca de 150 anos no País.

A febre amarela apresenta dois ciclos epidemiológicos de acordo com o local de ocorrência e o a espécie de vetor (mosquito transmissor): urbano e silvestre. A última ocorrência de febre amarela urbana no Brasil, foi em 1942, no Acre. Hoje, ainda se teme a presença da febre amarela em áreas urbanas, especialmente depois do final da década de 70, quando o mosquito Aedes aegypti retornou ao Brasil.

O ciclo silvestre só foi identificado em 1932 e desde então surtos localizados acontecem nas áreas classificadas como áreas de risco: indene (estados do Acre, Amazonas, Pará, Roraima, Amapá, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Goiás, Distrito Federal e Maranhão) e de transição (parte dos estados do Piauí, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul).

No período de 1980 a 2004, foram confirmados 662 casos de febre amarela silvestre, com ocorrência de 339 óbitos, representando uma taxa de letalidade de 51% no período.

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